Os muitos resultados da personalização da experiência de aprendizagem

Em um mundo de CTRL+C / CTRL+V, personalização cativa a atenção de forma imediata, e vamos lembrar aqui que atenção é uma commoditie altamente disputada em todas as áreas do mercado de trabalho. Porque seria diferente na sala de aula?

Você ainda usa aquele velho fundo de Power Point? Seus slides ainda tem a mesma cor e imagens do semestre passado? Do ano passado? Você vai à frente de uma audiência – seja na sala de aula, em uma palestra ou uma apresentação pessoal como candidato a uma vaga – e mostra mais do mesmo? Sinto informar, mas a atenção (e os resultados) que você não conquista é diretamente proporcional ao diferencial que você não mostra… Mude essa realidade!

magicaQuero lhe apresentar 3 excelentes motivos para repensar seu material e sua abordagem, migrando para a personalização de roteiros, slides e material de apoio à aprendizagem. Abrir espaço para o estímulo visual

Se você quiser um material personalizado, desenvolvido por mim, é só escrever para insightsdocentes@gmail.com solicitando maiores informações.

O processo é todinho online e os resultados são inenarráveis! Vamos lá?

Ah! Surpresinha: quem ler até o final, vai ganhar P-R-E-S-E-N-T-E-E-E-E!

1. Economia da atenção: já ouviu falar?

Mudanças de mindset (para professores e estudantes) são processos, e não produtos. São processos espelho: um estudante que não percebe o engajamento do professor em transformar as aulas, também não se sentirá compelido a se engajar, para transformar seu papel na aprendizagem. Esse é todo o segredo do sucesso: mudanças de dentro para fora.” (Texto na íntegra aqui)

Há muito escrevi sobre a importância de aplicar os novos conceitos de Economia da Atenção ao planejamento didático: um recurso simples e altamente eficaz para transformar a sala de aula e os resultados dos estudantes, frente à aprendizagem e a aquisição de competências (leia o texto na íntegra aqui). Isso é ir além do conteúdo.

economia-da-atencao
Trecho destacado do livro O guia completo do Storytelling, de Fernando Palacios & Martha Terenzzo, Editora Alta Books, Rio de Janeiro/RJ (2016).

A aplicação do conceito de Economia da Atenção modifica um paradigma essencial da atuação docente, qual seja, passar do “dar aulas” para o “desenhar trilhas de aprendizagens”. O conceito aplicado da economia da atenção modifica substancialmente o fluxo do trabalho docente, passando o centro do processo de si, para o estudante.

Em termos de economia da atenção, mais-é-menos. Em outras palavras, se um professor deseja – de verdade – ganhar a atenção do estudante e, assim, despertá-lo para seu papel protagonista no processo de aprender, ele precisa não preencher horas e horas de aulas com assuntos prontos, mas com pontos de contato (ou touch-points) capazes de instigar o desejo do estudante em engajar-se no assunto, explorando-o de forma significada.

Esse é o primeiro resultado da personalização do material didático: a ATENÇÃO DO ESTUDANTE para um processo todinho pensado nele e feito para ele. Isso mexe com o emocional, e as neurociências já nos ensinaram (e eu já ensinei nos cursos de Ciclo de Aprendizagem) como as emoções são importantes marcadores de adesão do novo conhecimento às redes de conceitos subsunçores, perfazendo o circuito neural da aprendizagem.

Trabalhei esse conceito de emoções e aprendizagem nos textos sobre como usar o modelo Jornada do Herói de Storytelling, e o componente de emoções versus retenção da aprendizagem você pode ler aqui.

Em outras palavras, ao se tornar o foco claro da atenção do professor, cada estudante reage e interage a essa atenção, a seu modo e repertório, dedicando mais tempo para explorar o “novo” (afinal o material é novo, e a turma anterior nem viu!), o que de per se já implica em maior dedicação à aprendizagem e desenvolvimento de protagonismo.

conexoes-mentaisO material personalizado amplia a captura de fase das áreas envolvidas com a aprendizagem, aumentando a captura neural, melhorando a atualização das redes de conceitos subsunçores que são os determinantes da aprendizagem atingida.

Um estudante envolvido com o material e processos que esse material estimula, desenvolve competências para além do conteúdo, em uma formação para a Vida, e não, para a prova.

Resumo puro e prático das teorias de Inteligência Emocional e Neurociências do Foco e Atenção, do super Daniel Goleman.

2. Ativar lógica-criativa como modelo mental de engajamento na aprendizagem

E já que falamos de neurociências, é impossível não destacar a necessidade de desenvolvimento de processos lógico-criativos como caminhos para a aprendizagem significativa. Falamos mais desse assunto nesse post, que foi parte do material de trabalho do Workshop para Docentes e Coordenadores de Cursos de Fisioterapia, no 11o. Congresso Internacional de Fisioterapia (Salvador/BA, Setembro/2019).

Nas capacitações do modelo Ciclo de Aprendizagem (nível 1 e nível 2) essa é a tônica das atividades: mudar a narrativa para uma cadência mais criativa, estimulando áreas cerebrais direitas a trabalharem em parceria com o lado lógico esquerdo, mais “dominador e autoritário”.

C2 modelo protagonista
Tudo baseia-se em estimular um set-point emocional favorável ao desenvolvimento de um Growth Mindset no estudante: (a) acreditar que habilidades podem ser treinadas e que competências podem ser desenvolvidas; (2) superar desafios, para desenvolver resiliência; (3) adotar modelos colaborativos, para soluções melhores e mais ágeis.

Mais do que uma realidade de mercado, isso é uma verdade científica: explorar soluções junto com evidências, inovação e treinamento, em processos modulados e simultâneos.

Outra base desse segundo resultado da personalização é trabalhar com o foco no PORQUÊ, um princípio dos líderes, explicados pelo Golden Circle. Já escrevi sobre isso aqui no blog, e esse princípio faz parte da formação em Ciclo de Aprendizagem Nível 2.

3. Líderes inspiram: esse é o papel fundamental do professor

Há competências que podem ser treinadas pela repetição de movimentos, trajetos ou métodos: essas são as competências de Aprendizagem (domínios cognitivo e psicomotor de Bloom) e as hard-skills (técnicas). Há outras, porém, que precisam ser estimuladas repetidamente, até que se tornem um hábito: essas são as atitudes (domínio psicoafetivo de Bloom) e as soft-skills (socioemocionais).

A escolha da identidade visual; do material de apoio didático à aprendizagem é tão importante quanto o próprio planejamento de competências.

cocriar2Ele estimula o engajamento na medida em que emoldura o compromisso docente com a personalização da trilha de aprendizagem formativa, a partir do perfil de cada turma. Não é refazer todo o material, a cada semestre: isso é o conteúdo. É usar dinâmicas de diagnóstico didático para identificar expectativas e perfil de cada turma para adaptar a narrativa: isso é formar competências, com o conteúdo.

Um material personalizado é um espelho para o estudante: ele também estimula competências indiretas, como criatividade, inovação e personalização, pelo exemplo e pela liderança que o professor e suas práticas didáticas inspiram. Personalizar material, aulas e interações, traz para a sala de aula essa, que é uma prática altamente valorizada no mercado de trabalho: agregar repertório e valores à oferta de processos, produtos e serviços.

É assim que vamos além do conteúdo e das competências, na formação de egressos aptos a atuar e adaptar-se a um mercado de trabalho em contínua evolução e aos hábitos de consumo que se transmutam com a dinâmica do desenvolvimento tecnológico.

Personalizar é o bicho!

Se você é professor ou estudante, que vai apresentar algum trabalho ou seminário (sim, porque aí você se torna o professor da vez!), essa é a grande dica: PERSONALIZE! Use sua criatividade, seu repertório, desenvolva mais habilidades, comunique suas ideias em novos formatos e cores, imprima mais de você ao agir e interagir com qualquer audiência.

O sucesso não tem segredo nem mapa garantido, mas se tem uma coisa que o sucesso tem é a característica de se destacar pelo diferencial. Portanto, ao se diferenciar da média – quando comunica-se com sua audiência – você já andou metade do caminho do sucesso.

Veja um exemplo de quem já personalizou seu material visual e alcançou transformações na experiência de aprendizagem, no engajamento da atenção, na comunicação com mais eficácia, e na estimulação de competências. Essa mudança proporciona descobertas na audiência, seja em sala de aula seja em palestras e apresentações, abrindo espaços para que cada um descubra seus próprios repertórios para personalizar sua interação, no processo de aprendizagem:

TEM PRESENTEEEEE!

Gostou desse universo? Se você quiser um material personalizado, desenvolvido por mim, é só enviar um e-mail para insightsdocentes@gmail.com  solicitando informações sobre como podemos personalizar seu material. O processo é todinho online e os resultados são inenarráveis!

Mas para ajudar você a-g-o-r-a a personalizar suas experiências didáticas (aulas, apresentações, palestras ou seminários), você tem 3 presentes abaixo:

  1. minha apresentação de palestra, no 11o. Congresso Brasileiro de Fisioterapia, sobre Neurociências e Inteligência Emocional: perceba que imagens, cores e disposição de elementos possuem um papel mais importante na indução da ideia, do que as letras e o conteúdo propriamente escrito. Aqui o foco era trazer a atenção para o que eu falava, com o lado lógico cerebral, enquanto a tela era um grande pano de fundo estimulando, visualmente, o lado criativo. Foi assim que criei mais vias para fixação da mensagem que eu queria passar: neurodidática cativa, engaja e estimula protagonismo, na audiência.
  2. quer mudar seus slides? Vai aqui uma mãozinha (um arquivo de Power-Point) para usar em apresentações que despertem para a criatividade e inovação;
  3. mais um presente? Teeeemmmmm! Aqui vai mais um arquivo de Power-Point para mudar os velhos modelos…

Junte-se a nós no Instagram e no YouTube e venha conhecer mais sobre as mudanças de paradigmas educacionais e transformações da prática docente, no Insights Docentes.

11 Congresso Internacional de Fisioterapia, Workshop – Estação 2: COMUNICAÇÃO & METACOGNIÇÃO nas Trilhas de Aprendizagem

Aqui você encontra 3 textos de apoio para uma dinâmica presencial em Estações Rotativas de Trabalho para conhecer o Ciclo de Aprendizagem em Ação. Uma  sistematização de inovações para a sala de aula, pautada na ANDRAGOGIA DO DIÁLOGO, que considera, que considera: [1] Trilhas de Aprendizagem com mindset de crescimento (pautado em competências) com [2] reorientação da narrativa do conteúdo, centrada na aprendizagem do estudante, [3] que se completa na expansão da sala de aula e nas [4] estratégias conectadas às competências em formação, bem como no [5] desempenho com foco na Legislação para o Ensino Superior (Inep/MEC).

Estação 2: as (muitas) formas de COMUNICAÇÃO & a METACOGNIÇÃO na Trilha de Aprendizagem (Profa. Vanessa Amorin, Facilitadora)

A comunicação mudou em todas as áreas, e não seria diferente na Educação. No velho modelo da Pedagogia do Monólogo, o professor de sucesso era o que sabia FALAR: muito e complexamente. Quanto mais conteúdo, mais eficiência. Sim, o termo aqui é eficiência: fazer mais do mesmo, direitinho.

Com as mudanças impostas pela evolução exponencial das tecnologias, e pelas mudanças de hábitos de consumo de toda a sociedade do planeta Terra, o Ensino Superior encontra-se em plena Era da Andragogia do Diálogo, onde o professor de sucesso é aquele que sabe OUVIR e COMUNICAR-SE, por diferentes meios e formatos. Nesses tempos de mudanças, quanto mais domínio de neurodidática, mais eficácia no processo de aprendizagem. E sim, o termo agora é eficácia: tomar decisões melhores, visando melhores desempenhos.

bitm vanessa-3Percebeu a diferença? Essa é só uma (das muitas) delas, e é sobre essa diferença que tratam as experiências de inovação de planejamento e execução de trilhas de aprendizagem da Profa. Vanessa Amorin Braga: fisioterapeuta, docente do Ensino Superior e Tecnológico, ela leva muito a sério a necessidade de renovar as práticas docentes.

Com a Profa. Vanessavamos explorar duas experiências sobre as diferentes formas de comunicação, no processo de aprendizagem: a primeira, a comunicação vertical – professor-estudantes-professor – trabalhando a inteligência emocional dos estudantes para converter o erro em elemento ativo da aprendizagem; e na segunda, a mediação da competência de comunicação horizontal -estudantes-estudantes – desenvolvendo modelos mentais de organização do conhecimento, ou METACOGNIÇÃO.

1. Comunicação vertical e o erro como elemento ativo no processo de aprendizagem

Na escola, o erro é personagem principal (como vilão, é claro!) da novela chamada Avaliação da Aprendizagem. O erro é fruto da análise do professor às respostas dos alunos, em termos de certo ou errado, o que revela o tanto que ainda se cultua a pedagogia da resposta, que, por sua vez, expressa o quanto ainda estamos, como bem definiu Paulo Freire, na era da educação bancária. Paulo Freire propõe, como antídoto à pedagogia da resposta, que o ensino se oriente na direção de uma educação libertadora, que muda o foco cartesiano da resposta certa, para o foco libertador de um ensino que estimule a pergunta e que desenvolva a curiosidade de aprender. (Acesse o texto na íntegra aqui)

Em termos gerais, o estudante só é confrontado para corroborar seu grau de aprendizagem quando chega a avaliação formal, ou a tal “prova”. Nela, o confronto é implacável: cada erro representa uma perda quantitativa de pontos, o que coloca em risco seu processo de aprovação.

Diante desse cenário inexorável, a grande maioria dos estudantes repete o mesmo comportamento primitivo de sobrevivência: repetir o que o professor quer encontrar como resposta, aderindo ao produto de aproveitamento de notas, e abandonando o processo de evolução da aprendizagem.

ensino-aprendizagem
“Não é porque há alguém ensinando, que há alguém aprendendo.”

Nesse relato, real em mais de 90% das práticas docentes em currículos conteudistas, há 3 importantes fatos a serem observados:

  • um “confronto” único entre o que o professor acha que ensinou, e o que o estudante efetivamente aprendeu;
  • o fato de que os resultados quantitativos implicam, emocionalmente, em fracasso e perdas, sem chance de lidar com o PORQUÊ do erro ter acontecido, durante o trajeto da aprendizagem;
  • o fato de existir um “poder” unilateral absoluto, que estabelece o que é sucesso e fracasso, muitas vezes em uma oportunidade única, onde discordar pode representar perder todo um semestre de esforço.

Essa é um descrição bem aproximada da maior parte da comunicação vertical que acontece nas salas de aula atuais: a comunicação de desempenho no sentido professor-estudante.

1.1. A experiência da avaliação qualitativa: adesivos, empatia e compartilhamento do poder dentro da trilha de aprendizagem

A Profa. Vanessa preocupou-se com esse cenário, incluindo o fato de que turmas com baixas notas não expressavam, necessariamente, baixa capacidade de aprendizagem. Então, onde estaria o “furo” nessa equação?

Em turmas com dificuldades de aprendizagem, o ERRO assume um papel IMPACTANTE no desempenho estudantil, porque ele sempre surge na “prova” e é tratado como punição. Em reposta, o sistema emocional do estudante abandona o engajamento e assume a “repetição do discurso do professor”, como meio de evitar a punição. É preciso reorganizar esse processo em estratégias de comunicação de erro que permitam aproximação e compartilhamento de poderes, dentro da sala de aula.

vanessa-foto stickersEla apostou em monitorar o processo de aprendizagem – uma estratégia de planejamento do Ciclo de Aprendizagem, do qual é monitora – por meio de avaliações qualitativas.

Mas sua ideia foi além: ela produziu uma forma muito pessoal e altamente empática de comunicar o erro para seus estudantes.

Cada adesivo qualificou um desempenho e essa comunicação vertical professor-estudante se converteu em aproximação: o estudante era motivado pelo adesivo a questionar o que faltou para ganhar um adesivo de grau melhor.

hexa-ORGOu seja, eles foram em busca da ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO novo, em relação ao universo de conhecimento pregresso (conhecimento subsunçor) que eles trouxeram para essa unidade curricular.

Esses são princípios da Aprendizagem Significativa: processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não-literal) e não-arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo.

conexoes cerebraisQuando o estudante identifica, com clareza onde estão os problemas resolvidos pela aprendizagem, acontece o upgrade das trilhas mentais que organizam o processo, e atualização dos conceitos subsunçores.

Foi assim que a Profa. Vanessa encontrou sua própria solução inteligente para movimentar suas práticas docentes no sentido da Aprendizagem Significativa. Na teoria de Ausubel, o processo de assimilação é fundamental para a compreensão do processo de aquisição e organização de significados na estrutura cognitiva.

“A aprendizagem significativa desenvolvida por Ausubel propõe-se a explicar o processo de assimilação que ocorre com a criança na construção do conhecimento a partir do seu conhecimento prévio. Dessa forma, para que ocorra uma aprendizagem significativa é necessário: disposição do sujeito para relacionar o conhecimento; material a ser assimilado com ‘potencial significativo’; e existência de um conteúdo mínimo na estrutura cognitiva do indivíduo, com subsunçores em suficiência para suprir as necessidades relacionadas.” (Texto na íntegra aqui)

1.2. O impacto dessa experiência em resultados mensuráveis

Usar avaliações intermediárias (qualitativas) às avaliações principais (quantitativas) foi um planejamento de sucesso para impactar sobre os 3 fatos impactantes, citados ao início desse relato:

hexa-FOCO

  1. o fim d“confronto” único da prova: sem abandonar o compromisso com o conteúdo, aplicar AVALIAÇÕES INTERMEDIÁRIAS QUALITATIVAS, por meio de ADESIVOS DE DESEMPENHO, cumpriu a função de feedback de dar FOCO no upgrade das redes mentais que inteligam os conceitos subsunçores (redes subsunçoras);
  2. se antes, os resultados quantitativos implicavam, emocionalmente, em fracasso e perdas, agora, a chance de lidar com o PORQUÊ do erro, durante o trajeto da aprendizagem, desenvolveu competências de inteligência emocional dos estudantes para lidar com o erro enquanto uma etapa natural rumo ao acerto;
  3. trabalhar nesse modelo informal de comunicação resultou em empoderamento dos estudantes, por duas vias: pelo compartilhamento do poder sobre o processo, imprimindo caráter de co-responsabilidade na aprendizagem, e pela melhora dos resultados quantitativos posteriores, que impacta positivamente como elemento de estímulo na motivação do estudante em prosseguir engajado e protagonista.

Os estudantes foram perdendo o medo de discordar, agregando interesse em progredir, motivados pela organização, que uma aprendizagem significativa trouxe para essa “nova sala de aula”.

2. Comunicação horizontal mediada e a Metacognição

existe uma necessidade de ensinar a metacognição explicitamente nas universidades, porque nós somos continuamente surpreendidos com o número de estudantes que chegam as universidades apresentando pouco ou nenhum conhecimento em metacognição, sobre diferentes estratégias, diferentes características cognitivas e nenhum conhecimento sobre si mesmo” (Texto na íntegra aqui)

abacaxiVamos confessar que a Metacognição é um osso duro de roer, quando se trata de estimular seu desenvolvimento ao longo do processo de formação profissional. É um abacaxi difícil de descascar, mas não impossível.

A ideia, aqui, é mostrar que compartilhar soluções simples podem potencializar nossa capacidade de transformar as salas de aula, e devolver aos estudantes o desejo de engajar-se na aprendizagem e na profissão, melhorando o desempenho nas avaliações internas e externas, como o Enade (Inep/MEC).

2.1. A construção coletiva de um modelo para sistema linfático

A segunda experiência, envolve outro aspecto dos modelos de comunicação: a comunicação horizontal, entre pares, mediada pelo professor para atingir um objetivo claro de formação de competências.

hexa-MOTIVPara treinar a COMUNICAÇÃO enquanto competência profissional, é preciso oferecer ao estudante a dimensão de RELEVÂNCIA dessa habilidade, e dos potenciais resultados. A estratégia de discussão, entre pares e grupos, foca na construção colaborativa de um modelo, onde a dotação de PROPORCIONALIDADE só é atingida pela plena comunicação.

Vamos entender essa experiência?

Há muitas maneiras de desenvolver as competências de aprendizagem (Taxonomia dos Objetivos Educacionais). O que nem sempre acontece é a construção de trilhas que desenvolvam TAMBÉM outras duas classes de competências: as SOCIOEMOCIONAIS (Soft Skills) e as TÉCNICAS (Hard Skills).

perguntaA proposta da metacognição em “aprender a pensar” e “pensar para aprender” vem baseada em estudos que avaliaram o sistema regulatório cerebral e concluíram que utilizamos esses sistemas para entender e controlar nossas próprias capacidades cognitivas. O que acontece é que todas as competências – de aprendizagem, socioemocionais e técnicas – devem ser “tecidas juntas”, na complexidade de um processo de aprendizagem significativa, seguindo a Teoria da Complexidade de Edgard Morin.

Para o pensador, os saberes tradicionais foram submetidos a um processo reducionista que acarretou a perda das noções de multiplicidade e diversidade. A simplificação, de acordo com Morin, está a serviço de uma falsa racionalidade, que passa por cima da desordem e das contradições existentes em todos os fenômenos e nas relações entre eles. (Texto na íntegra aqui)

É necessário que, para além das competências de aprendizagem (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes), outras competências se juntem a elas. A Profa. Vanessa vai contar, nessa estação de trabalho do Workshop, como as regras que usou para dividir as equipes de trabalho e estabelecer a comunicação entre elas na elaboração de cada parte do modelo segmentar do Sistema Linfático.

bitm vanessa-1Ela guardou uma carta na manga, para o final da dinâmica, que revisou aspectos de morfologia e fisiologia linfática, conhecimentos fundantes para sua unidade curricular.

Seu planejamento criou um elemento surpresa para a solução final, relacionada à proporcionalidade do modelo versus a capacidade de comunicação entre as equipes, que fez com que seus estudantes despertassem ativamente suas redes de conceitos subsunçores.

É como assistir a um filme de suspense e, só ao final, descobrir a chave da trama. A surpresa faz você reviver, mentalmente, cada memória do filme e encontrar sentido e significado para o desfecho final.

2.2. Resultados alcançados pela atividade

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Felizes por terem descoberto “o segredo da proporcionalidade” do modelo final, os estudantes desenvolveram competências socioemocionais e técnicas que completam o processo de aprendizagem e, principalmente, de formação de profissionais do futuro e para o Futuro!

hexa-SIGNAqui, consideramos a Teoria das Big Five para apontar que a atividade desenvolvida pelo planejamento da Profa. Vanessa ESTIMULOU duas soft-skills:

  • CONSCIÊNCIA: na orientação por metas, inclinação a ser organizado, esforçado e responsável;
  • AMABILIDADE: pela necessidade de colaborar e ser cooperativo, caracterizado como tolerante, simpático, não teimoso e objetivo.

Além disso, a atividade TREINOU três, das 10 hard-skills consideradas essenciais até 2020, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial:

  • Habilidades de Comunicação e Expressão: comunicar-se com pessoas é um constante negociar, por isso estão incluídas nas habilidades de negociação e conciliação de diferenças, imprescindíveis para todos os tipos de profissionais;
  • Cooperação/Colaboração: capacidade de coordenar as próprias ações de acordo com as ações de outras pessoas, e aspectos ligados à colaboração e facilitação de processos;
  • Flexibilidade cognitiva: capacidade de criar ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar ou agrupar as coisas de diferentes maneiras.

hexa-ENGAJA estratégia foi além do compromisso com o CONTEÚDO: ela ENGAJOU pela intercomunicação na construção dos segmentos corporais. Para resultados desproporcionais, foi ativada a METACOGNIÇÃO sobre a relevância do conteúdo, bem como das competências requeridas pela prática.

A metacognição, portanto, foi o fio invisível que costurou a consciência da relação entre a proporcionalidade atingida no modelo construído e a densidade das comunicações horizontais. Ela foi a chave do segredo que trouxe consciência à própria consciência da aprendizagem, pela visualização do processo e dos resultados.

Tendeu?

IMPORTANTE: se você não domina (ainda) como planejar as competências de aprendizagem, e como elas se conectam com as demais competências, tem OFICINA ONLINE sobre TAXONOMIA DE BLOOM, para docentes, explicando esse passo a passo. Clique aqui e comece a entender esse novo universo agora mesmo!

3. Conclusão

Aproveite o material dessa estação de trabalho e converse com a Profa. Vanessa, que está presente para trocar ideias e mostrar que mudanças de mindset geram mais resultados que recursos randomicamente aplicados, como estratégias isoladas para “adornar” velhas aulas teórico-expositivas.

Essa estação de experiência de trabalho contém, ainda:

  • 2 Design de Aprendizagem, para você fazer download nos links a seguir, e entender como funcionou o processo que viu aqui: o primeiro link trata da experiência com adesivos de avaliação qualitativa; o segundo link, da experiência da modelagem do sistema linfático e a metacognição;
  • Uma experiência em Realidade Aumentada (que será apresentada nessa estação de trabalho) para você se inspirar e saber que mudar é possível, requer dedicação (mas vale muuuuito à pena), e tem ferramentas gratuitas online, para lhe ajudar nesse processo.
  • Tem uma SUPER oficina online AQUI para estudantes, professores e profissionais entrarem nesse novo mundo da tecnologia e da experiência de usuário como eixo fundante de novos processos, produtos e serviços profissionais. Faça e recomende aos seus colegas e/ou estudantes: saia da zona de conforto!

magicaGostou?! São 3 estações de trabalho, 3 oportunidades de conhecer uma nova maneira de trazer o mundo para a sala de aula, e de levar a sala de aula para esse novo mundo exponencial!

Não perca um só minuto dessa oportunidade e leve para sua IES as novas ideias e capacitações. Mudar de conceito (no MEC) é mudar os conceitos (de práticas docentes).

Vamos à próxima estação de trabalho?

11 Congresso Internacional de Fisioterapia, Workshop – Estação 1: a GESTÃO DE COMPETÊNCIAS na Trilha de Aprendizagem

Aqui você encontra 3 textos de apoio para uma dinâmica presencial em Estações Rotativas de Trabalho para conhecer o Ciclo de Aprendizagem em Ação. Uma  sistematização de inovações para a sala de aula, pautada na ANDRAGOGIA DO DIÁLOGO, que considera: [1] Trilhas de Aprendizagem com mindset de crescimento (pautado em competências) com [2] reorientação da narrativa do conteúdo, centrada na aprendizagem do estudante, [3] que se completa na expansão da sala de aula e nas [4] estratégias conectadas às competências em formação, bem como no [5] desempenho com foco na Legislação para o Ensino Superior (Inep/MEC).

Estação 1: GESTÃO DE COMPETÊNCIAS: uma sala de aula que forma muito além do conteúdo (Profa. Marília Santos, Facilitadora)

sherlockVamos fundo e falar sério, em termos de inovação da sala de aula?

O papel do professor do Ensino Superior, neste século 21,  requer muito mais que habilidade de reunir/reproduzir conteúdo e aplicar provas, visando a diplomação. É fundamental que ele compreenda e engaje-se ativamente no mundo do mercado de trabalho educacional.

Essa nova competência docente demanda protagonismo docente da sala de aula à gestão dos processos de aprendizagem para produzir as evidências necessárias, que transformarão desempenhos: dos estudantes, frente ao mercado de trabalho e avaliações externas (Enade); e do conceito de curso, junto ao Inep/MEC.

Se você está em dúvida sobre o porquê dessa mudança nas competências docentes, esta estação de trabalho do nosso Workshop Docente, no 11o. Congresso Internacional de Fisioterapia, vai ajudá-lo (e muito) com a experiência de sala de aula da Profa. Marília Danielle Menezes dos Santos.

1. O professor e a intimidade com o IACG

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Artigo 205 da Constituição Federal de 1988)

É necessário que todo professor entenda 2 pontos-chaves nesses novos tempos de inovação educacional:

  1. Que, por ser uma prerrogativa de Estado, o Ensino Superior está sob tutela do Governo Federal, por meio do MEC, que monitora a qualidade da oferta de cursos de acordo com parâmetros estabelecidos por órgãos destinados a essa finalidade;
  2. Que o monitoramento inclui 3 fatores principais: [1] uma Legislação específica sobre o assunto, para cada nível educacional; [2] um plano nacional de educação, que determina as metas a serem atingidas pela oferta de educação no país, a cada decênio; e [3] a publicização de notas de desempenho das instituições de ensino, em todos os níveis, perante esses fatores.

ondeSabendo disso, fica fácil entender porque o trabalho docente transformou-se para além da sala de aula, e para (muito) além do conteúdo. É da atuação (eficaz) docente que nascem os elementos para que os cursos atinjam excelência na formação dos seus egressos e impactem positivamente na comunidade onde se inserem.

É preciso levar a sala de aula para o mundo, e o mundo para a sala de aula, planejando esse itinerário com a formação das competências previstas pelas DCN, e com recursos/estratégias que atendam a legislação com excelência.

Onde está o conceito 5, na Dimensão 1 do Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação/IACG, que seu PPC não atingiu? Ele está nas práticas que você (e o corpo docente do seu Curso) não implementaram, seguindo o que requer o MEC. Simples assim.

“O perfil profissional do egresso consta no PPC, está de acordo com as DCN (quando houver), expressa as competências a serem desenvolvidas pelo discente e as articula com necessidades locais e regionais, sendo ampliado em função de novas demandas apresentadas pelo mundo do trabalho.” (Texto do IACG para atribuição de CONCEITO 5 para o Indicador 1.3 – Perfil profissional do egresso – da Dimensão 1/Organização Didático pedagógica do Curso)

iacg capaEsse é o ponto de vista da Gestão da Aprendizagem, que todo docente deve (ou deveria) possuir, ao atuar no Ensino Superior: minha sala de aula e minhas práticas constroem conceitos melhores, na mesma proporção em que observo, e sigo, as “dicas” sobre como inovar tendo foco no processo de independência e de aprendizagem ativa do estudante. Essas “dicas” estão na Dimensão 1 do IACG.

Embora todos estejam sujeitos aos procedimentos integrantes das avaliações externas dos Cursos Superiores, poucos docentes perceberam que inovar é mais simples do que parece, porém mais complexo que levar “diversão e tecnologias” para a sala de aula.

1.1. Muito além do conteúdo: conceitos de curso nascem das suas práticas docentes em sala de aula

bim Marilia-2É aqui que a Profa. Marília mostra como a sua criatividade e experiência docente desenvolveram estratégias de simples execução, porém com alto poder de formação de competências, para além do conteúdo.

Ela é ninja quando o assunto é ir além do conteúdo e (como todos nós) está desenvolvendo as próprias competências para que suas práticas docentes desenvolvam competências nos estudantes, muito além do conteúdo.

Monitora dos cursos de Ciclo de Aprendizagem, ela aplicou um planejamento de Gestão de Competências para uma antiga necessidade da formação acadêmica de seus estudantes: a Prática Baseada em Evidências. Vamos explicar passo a passo…

1.1.a. Como planejar competências, em sua melhor performance (para os estudantes e para o curso)?

Simples: siga as dicas do IACG!

Quer oferecer o melhor conteúdo para sua unidade curricular? Observe o que reza o conceito 5 do INDICADOR 1.5, sobre CONTEÚDOS CURRICULARES:

Os conteúdos curriculares, constantes no PPC, promovem o efetivo desenvolvimento do perfil profissional do egresso, considerando a atualização da área, a adequação das cargas horárias (em horas-relógio), a adequação da bibliografia, a acessibilidade metodológica, a abordagem de conteúdos pertinentes às políticas de educação ambiental, de educação em direitos humanos e de educação das relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, diferenciam o curso dentro da área profissional e induzem o contato com conhecimento recente e inovador.

Vejamos como uma estratégia de JÚRI SIMULADO, usado pela Profa. Marília, na unidade curricular de Fisioterapia Dermatofuncional/Estética, salta de um conceito 3 para um conceito 4, muito facilmente (e pode chegar ao 5 se a estratégia contemplar inovações na área).

1.2. As regras do JÚRI SIMULADO: o PORQUÊ em evidência

Marilia-juri simuladoTodo professor de unidades curriculares profissionalizantes passam pelo mesmo dilema, todo início de semestre: a tal “revisão” dos conceitos subsunçores essenciais para dar a largada na nova aprendizagem.

Problemas nesse clássico dilema docente: revisar é chato (não é sua temática), é repetitivo (falar tudo de novo, revisa mesmo?), toma um tempo precioso (ai, ai, o conteúdo…) e ninguém em sala leva muito a sério.

Como reverter esse cenário e tornar uma aplicação de conhecimentos dinâmica, ativa, com gatilhos emocionais que têm o potencial de ancorar a nova aprendizagem na rede de conceitos subsunçores existente e, ainda, desenvolver competências técnicas e socioemocionais?

A solução, para a turma da Profa. Marília, foi a realização de um júri simulado, contemplando argumentações para os prós e contras das modalidades de TERMOTERAPIA, em procedimentos na área de Fisioterapia Dermatofuncional/Estética.

Regras simples, desempenho máximo:

  1. Somente Práticas Baseadas em Evidências/PBE, podem ser trazidas como argumentação de defesa;
  2. Para cada PBE é necessário argumentar o PORQUÊ: seja da indicação, seja da contra-indicação;
  3. Há os “advogados” para CALOR e FRIO e há o júri: temos aqui defesas, manifestações e contestações sobre prós e contras, indicações e contra-indicações, pesquisas mais atuais, mitos, etc…
  4. Argumentos escolhidos por cada equipe: só as melhores evidências serão levadas ao “júri”;
  5. Postura, vocabulário, formas de citação, tom de voz, respeito e liderança são pontos chaves para cada equipe.

2. Resultados do Júri Simulado: a chave está no PORQUÊ

Vamos analisar como essa estratégia, sob 2 ópticas:

2.1. Em busca do conceito 5 no Indicador 1.5, sobre CONTEÚDOS CURRICULARES, Dimensão 1 do IACG:

  • conteúdos curriculares, constantes no PPC, promovem o efetivo desenvolvimento do perfil profissional do egresso: por desenvolvimento entenda independência, e para independência é necessário abrir espaço para a expressão individual. Ou seja: é preciso (e é possível) personalizar, mesmo no coletivo, de forma a assegurar o desenvolvimento da aplicação do conteúdo (nesse caso, a ciência envolvida no conteúdo)
  • considerando a atualização da área/carga-horária: usando as PBE como fio condutor do desenvolvimento da estratégia, assegura-se a relação carga-horária/atualização na área, o que torna a aprendizagem densa e consistente, do ponto de vista científico, e de perfil profissional (vide DCN);
  • adequação da bibliografia: excelente momento para que cada estudante busque, em tempo real, mais referências (ou argumentos) para contestar e/ou sustentar sua tese, na dinâmica do Júri Simulado;
  • acessibilidade metodológica: pouco considerada pela maior parte dos docentes (que preferem a verborragia da inacessibilidade), um Júri Simulado é uma excelente escolha, em termos de estratégias, para desinibir e permitir aflorar a atitude profissional que está em construção interna, em cada estudante, dentro dos Cursos Superiores;
  • induzem o contato com conhecimento recente e inovador: precisa explicar isso, nessa estratégia? Se sim, pergunte à Profa. Marília!

2.2. Em busca das competências em desenvolvimento:

Golden Circle PORTUsar uma estratégia assim é ousado, e requer domínio pleno do assunto, por parte do docente. Esse tipo de estratégia traz à tona muito mais do que o conteúdo, pautado em evidências: ele conduz toda a discussão para a aprendizagem baseada no PORQUÊ.

Inspirada no Golden Circle, de Simon Sinek (2009), incentivar o debate e argumentação dos PORQUÊS faz muito mais que estimular a aprendizagem: os melhores desempenhos no Júri Simulado podem, também, inspirar lideranças.

“A ideia mais simples do mundo. É assim que Simon Sinek, autor do best seller “Por que? Como Grandes Líderes Inspiram Ação”, resume o círculo dourado, ou Golden Circle – seu conceito de liderança que explica como grandes líderes e organizações obtêm influência. Sinek afirma que o padrão seguido por grandes líderes da história (sejam eles indivíduos icônicos ou mesmo a companhia mais valiosa do mundo) é inspirar as pessoas a tomarem uma ação. Para ele, no entanto, isso só acontece quando as pessoas não compram o que você faz, mas sim sua motivação para fazê-lo.” (Texto na íntegra aqui)

Para entender essa tendência (inovadora, sem ser nova) que é a chave da Aprendizagem Significativa, vamos mostrar o Design da Trilha de Aprendizagem dessa aula, contemplando 3 elementos da Andragogia do Diálogo:

hexa-ENGAJUm Júri Simulado é, de per se, uma estratégia engajadora: exige que se vá além do conteúdo. Nela, o importante não é o que foi ensinado, mas como os estudantes lidam e o que fazem, com o que foi ensinado.

Ela demanda performance de ativação, em tempo real, de todas as competências, mas em especial da HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO, e da CAPACIDADE DE TOMAR DECISÕES (hard skills) em espaços de tempo curtos, correndo riscos e considerando valores profissionais (a PBE, em si).

Quando se entendeu o PORQUÊ de uma modalidade (frio ou calor) em uma determinada condição clínica de indicação, isso é o Golden Circle em atividade!

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É imprescindível organizar a nova aprendizagem, agregar  referências fortes, estimular a autonomia e o desenvolvimento vocabulário técnico para buscas bibliográficas, melhores e com maior potencial de trazer publicações mais “fortes”.

O PORQUÊ demanda saber os COMOs e os O QUÊs, e isso é um processo de decorrência natural.

É possível que os estudantes tragam um pouco do material que utilizarão na simulação, mas muito do que emerge durante a dinâmica, e no calor (ou frio) das defesas, vem em tempo real, das buscas online para contrapor um argumento inesperado da parte oposta.

Nesse tipo de dinâmica não há espaço para “jogral” ensaiado, e nem “chutes”: tudo acontece a cliques de duração.

hexa-COMPET

Trabalha-se a SOLUÇÃO DE PROBLEMAS, a partir do conhecimento adquirido, com aplicação desse conhecimento acrescida da argumentação dessa aplicação, na forma de evidência coletada em publicações científicas.

Nessa dinâmica, o conteúdo é um fio invisível que costura algo ainda com maior densidade: a aprendizagem por competências, no sentido lato da expressão.

IMPORTANTE: se você não domina (ainda) como planejar as competências de aprendizagem, e como elas se conectam com as demais competências, tem OFICINA ONLINE sobre TAXONOMIA DE BLOOM, para docentes, explicando esse passo a passo. Clique aqui e comece a entender esse novo universo agora mesmo!

Essa é a base de um trabalho docente pautado na sistematização em Ciclos de Aprendizageme que possui 3 princípios:

  1. A aprendizagem começou antes do tempo/espaço de uma unidade curricular, e se prorrogará para o resto da Vida. Portanto, ensine para a Vida, não para a prova;
  2. Ao formar por competências, você forma o estudante em (pelo menos) 5 dimensões: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (competências de Aprendizagem), Soft-Skills (competências socioemocionais) e Hard-Skills (competências técnicas).
  3. As 5 dimensões acima devem estar intimamente tecidas naquelas competências previstas pelas DCN dos Cursos Superiores (Teoria da Complexidade de Morin). Portanto, planeje trilhas de aprendizagem a partir da contribuição que elas trazem à formação de uma, ou mais, competências profissionais previstas pelas DCN.

3. Conclusão

O porquê é um propósito, uma causa, algo que a organização acredita de verdade. Faz com que exista uma resposta clara para ‘Por que você sai da cama todas as manhãs?’, “Por que a sua organização existe?” e ‘O que o mundo ganha com a existência dela?’. significado precisa ser maior que a simples soma dos componentes, como diz Guy Kawasaki.” (Texto na íntegra aqui)

bim Marilia-1Aproveite o material dessa estação de trabalho e converse com a Profa. Marília, que está presente para trocar ideias e mostrar que mudanças de mindset geram mais resultados que recursos randomicamente aplicados, como estratégias isoladas para “adornar” velhas aulas teórico-expositivas.

Essa estação de experiência de trabalho contém, ainda:

  • 1 Design de Aprendizagem, para você fazer download nesse link, e entender como funcionou o processo que viu aqui;
  • Uma experiência em Realidade Aumentada (que será apresentada nessa estação de trabalho) para você se inspirar e saber que mudar é possível, requer dedicação (mas vale muuuuito à pena), e tem ferramentas gratuitas online, para lhe ajudar nesse processo;
  • Tem uma SUPER oficina online AQUI para estudantes, professores e profissionais entrarem nesse novo mundo da tecnologia e da experiência de usuário como eixo fundante de novos processos, produtos e serviços profissionais. Faça e recomende aos seus colegas e/ou estudantes: saia da zona de conforto!

magicaGostou?! São 3 estações de trabalho, 3 oportunidades de conhecer uma nova maneira de trazer o mundo para a sala de aula, e de levar a sala de aula para esse novo mundo exponencial!

Não perca um só minuto dessa oportunidade e leve para sua IES as novas ideias e capacitações. Mudar de conceito (no MEC) é mudar os conceitos (de práticas docentes).

Vamos à próxima estação de trabalho?

Novas Tecnologias e o Mundo do Trabalho: mini-oficina online

Bem-vindo a um novo mundo, com novas maneiras de aprender!

desafio-2O grande desafio da nova geração de profissionais é aprender o que já está estabelecido para sua profissão, e em seguida, continuar aprendendo como adaptar seu conhecimento à contínua evolução de um mercado de trabalho onde as tecnologias reconfiguram os hábitos de consumo e percepções de necessidades.

Para isso é preciso entender o personagem principal dessas grandes mudanças: a tecnologia, em si.

Oficina Online NOVAS TECNOLOGIAS E O MUNDO DO TRABALHO

Desenhei uma oficina introdutória sobre a necessidade de um mindset exponencial, e como rastreá-lo em si mesmo e no mundo que o cerca, porque o principal problema que encontro (mais frequentemente do que gostaria) para ajudar as pessoas a trabalharem com inovação, em suas vidas e profissões, é que elas querem mudar o que FAZEM, sem mudar como PENSAM. Isso é viver e agir como no passado, por isso grande parte sente-se frustrado e reclama que “comigo não funciona!”.

FUNCIONA SIM! Mas é preciso mudar de princípios.

Veja: não dá para dirigir um carro automático procurando onde está o pedal da embreagem (entendedores entenderão), porque câmbio manual e automático, em carros, possuem tecnologias diferentes de funcionamento. O mesmo acontece quando se pensa em inovar o que se faz: se você procurar incluir “pedal de embreagem” em planejamentos “automáticos”, também não vai funcionar.

O conteúdo vai ajudar professores, estudantes e profissionais a entender um novo universo chamado desenvolvimento exponencial, onde a velha maneira de pensar e de agir não sustentam mais práticas profissionais competitivas, no atual mercado de trabalho, hoje e no futuro.

legalClique aqui para aprender que, para fazer carreiras diferentes, e que façam a diferença (inclusive com melhores remunerações), é preciso mudar como se PENSA: o nome disso é MINDSET.

A oficina aplica os 3M ao seu modo de aprender: Multiplataformas, Multitarefas e Mobile.

para onde

Ao final dessa Oficina Online, você terá investido na mudança do seu mindset, desenvolvido formas de rastreamento e identificação de mudanças influenciadas por tecnologias, e poderá se antecipar às tendências que identificar, na sua área de atuação.

E tudo começa exatamente aí: na forma de pensar, no mindset. A oficina trata de como as tecnologias transformaram nosso mundo e nossa rotina pessoal. Entender como o processo acontece é a base para planejar uma carreira de sucesso e de longa duração. É por aqui que a gente começa!

Ou seja: você saberá como impulsionar suas competências, e descobrir quais são os melhores repertórios nos quais devem investir seus esforços (pessoais, de aprendizagem, e financeiros) para obter retornos mais consistentes, eficazes e impactantes. Você será capaz de agregar valor ao que se faz, sabendo explorar, de forma inteligente, a tecnologia que nos rodeia todos os dias.

São 4 seções temáticas, com roteiros de aprendizagem e mais os videos bônus, que guiarão você no material e nas competências que estão sendo estimuladas. Para todas as sessões há muito material de apoiolinks e exercícios práticos ao longo dos textos, para que você treine competências multiplataformas e multitarefas na hora de aprender o novo. Tudo foi desenhado com muito cuidado para que você amplie seu conhecimento sobre esse mercado de trabalho emergente e aprenda expressões sintonizadas com a nova dinâmica profissional.

avatar

A Oficina é ambientada nas ciências do movimento, ou Cinesiociências, mas seu conteúdo (por ser introdutório) é livre e aplicável a todas as áreas e interesses. A linguagem simples e o livro escolhido, para amparar o desenvolvimento da habilidade de rastreamento de mindset, tornam a trilha de aprendizagem um caminho agradável, reflexivo, desafiador (para quem realmente executar as tarefas!), e muito compensador nos resultados finais.

Venha comigo nessa jornada!

Licença Creative CommonsLearn Lab Project: Novas tecnologias em Cinesiociências de Denise da Vinha está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://www.youtube.com/channel/UChaeuFGuZaygcPRODAT7ofQ.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em dradenisedavinha@gmail.com.

A Jornada do Herói como estratégia de Storytelling: DIFICULDADES e PRESSÃO

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Os 7 passos da Jornada do Herói fazem parte dessa série de posts que inicia aqui, e compõem uma mini-oficina de capacitação online em Storytelling. Não perca nenhum texto!

superSe você já tem cenário e personagens, conflito/problema a ser resolvido, e uma narrativa que conecta essa história à disciplina, ou área do conhecimento, onde deseja que a aprendizagem aconteça, chegou o momento de colocar obstáculos e desafiar o estudante a superá-los, com ajuda do conhecimento que essa aprendizagem proporciona.

Afinal, um Herói só é Herói porque aprendeu a superar desafios com seus superpoderes!

Há duas considerações importantes aqui: (1) o CONFLITO/PROBLEMA selecionado deve – necessariamente – ser um evento que só tem solução nas mãos de um profissional com determinados conhecimentos, habilidades e atitudes; (2) há que se colocar pequenos empecilhos, de início, ou importantes questões éticas, em momentos mais avançados de curso, como elementos de pressão para a tomada de decisão.

Vamos entender melhor isso.

 

1- A solução única deve estar nos “superpoderes profissionais específicos”, mas com DIFICULDADES

Estamos tratando de Ensino Superior. Estamos trabalhando com neurociências do engajamento e da aprendizagem. Estamos em salas de aulas que formam profissionais com competências específicas de cada área do mercado de trabalho. Estamos construindo os sonhos de cada estudante, que quer se tornar um profissional único, naquela área que escolheu.

storytelling-ingEsse é o cenário subliminar da audiência do seu Storytelling: os pontos onde o conflito/problema deve ganhar desafios para dar significado à aprendizagem profissional recebida.

Na identidade do estudante com o Herói da Jornada, os conflitos só ganham poderes de engajamento na aprendizagem se forem solucionados exclusivamente com práticas específicas da profissão. Guarde esse segredo e coloque-o em ação sempre!

Tais práticas específicas da profissão convertem-se nos superpoderes necessários para superar o conflito/problema. O DESAFIO aqui, ou a dificuldade para solução, deve ser a exata maneira de avaliar, diagnosticar, prescrever, executar ou avaliar a implementação dessas práticas. É assim que se agrega valor às práticas profissionais específicas de uma área ou de uma especialidade.

desafio.jpgÉ assim, também, que o ERRO vem fazer parte do cenário como elemento de aprendizagem, em um ambiente controlado, para melhorar e aprimorar: (a) competências de aprendizagem (baseadas na Taxonomia de Bloom); (b) conceitos subsunçores, baseados em conteúdos pregressos e adicionado às competências treináveis (hard skills) e não-treináveis (soft skills).

 

2- ELEMENTOS DE PRESSÃO: usando empecilhos e dificuldades éticas

Treinar a tomada de decisões é treinar a competência de analisar e aceitar RISCOS, dentro do processo de aprendizagem. Afinal, a vida profissional não é sempre um mar de rosas! É preciso aprender a lidar com pressão, riscos e tomadas de decisão: essas são competências não-treináveis, ou socioemocionais, altamente relevantes para os egressos do futuro.

Você deve planejar alguns elementos de pressão (de um a três, no máximo!) na sua Jornada, onde a decisão por um superpoder não é aplicável diretamente, dado a um empecilho, problema, indisponibilidade, impossibilidade ou ausência de qualquer elemento ou evento, necessário para essa decisão ser efetivada.

Como o estudante reagirá? Depende do seu planejamento:

(a) se o elemento de pressão tiver sua solução nas próprias aulas da disciplina,

você está criando uma “novelinha semestral de habilidades”, onde cada aula trará uma possibilidade a ser testada na superação do desafio, ou na eleição de outra forma de solução para o conflito/problema. Nesse caso, suas metas de aprendizagem (estabelecidas lá na Taxonomia de Bloom) gerarão indicadores de desempenho concêntricos, ou seja, a disciplina é uma espiral nela mesma, para todo conflito/problema apresentado, assim como o desempenho estudantil.

Ela tem potencial de formar estudantes com nanocompetências claras, específicas de uma área ou especialidade, mas não de dialogar com o conhecimento para além da sala de aula.

(b) se o elemento de pressão tiver sua solução fora das aulas da disciplina, por meio de busca de informações complementares ou de outras áreas/especialidades,

você estará criando uma espécie de “noticiário semanal de habilidades”, onde cada aula, ou grupo de aulas, demandará a busca por possibilidades, tecnologias e inovações, a serem agregadas à aprendizagem em andamento, e testadas na superação do desafio, ou na eleição de outra forma de solução para esse conflito/problema. Nesse caso, suas metas de aprendizagem gerarão indicadores de desempenho estudantil excêntricos, ou seja, a disciplina abre interfaces para transversalização de conhecimentos e personalização de soluções, para todo conflito/problema apresentado.

Ela tem mais potencial para formar o T-shapped professional, que é um perfil altamente requisitado no mercado de trabalho, nesses tempos de tecnologias.

(c) se o elemento de pressão for impossível de ser superado,

você tem um modelo auto-limitado, que aponta para a finitude ou limitação dos superpoderes. Há situações práticas assim e elas devem, sim, ser discutidas no ambiente de aprendizagem, com o professor e à luz dos dogmas profissionais; mas a eleição desse tipo de elemento de pressão deve ser cuidadosa.

Não faça isso antes de ter aplicado, ao menos, cerca de 4 ou 5 Storytelling bem-sucedidos anteriormente, porque esse tipo de elemento de pressão desencoraja o estudante a concluir a jornada e buscar uma solução para um desfecho desejado. Nesse caso, suas metas de aprendizagem gerarão indicadores disruptivos, ou seja, como a disciplina abre possibilidades para a inserção de pensamentos inovadores, prospecção de cenários tecnológicos e futuristas para o conflito/problema apresentado, será necessário um processo de avaliação de desempenho igualmente diferenciado.

Ela tem mais potencial para formar o estudante empreendedor, capaz de questionar o status quo e os padrões atuais, propor soluções inovadoras e empáticas, para tentar superar a impossibilidade inicial do elemento de pressão.

conexoes cerebraisSeja qual for a sua opção para as dificuldades e para o elemento de pressão, é preciso não perder de vista o objetivo da estratégia da Jornada do Herói:

  1. Você está trazendo uma estratégia para aumentar a captura neural, visando a internalização do novo conhecimento, ampliando e dando densidade aos conceitos subsunçores de cada estudante;
  2. Os elementos da Jornada permitem a flexibilidade de participação individual, a manifestação do erro conceitual ou de implementação de uma ideia, conhecimento ou gesto técnico. Essa é a oportunidade que você tem de corrigir a trilha de aprendizagem, durante o curso da disciplina, melhorando o desempenho e os resultados finais de cada estudante e, por decorrência, da turma;
  3. A Jornada deve ser elaborada com aderência às metas de aprendizagem, definidas pela Taxonomia de Bloom. Faça com que cada passo exercite uma ou mais das categorias estabelecidas inicialmente, no Plano de Ensino.

Taí! Agora é colocar a cabeça para reunir sua experiência profissional e criar dificuldades e elementos de pressão, de acordo com os resultados que você deseja atingir, dentro dos propósitos da disciplina para com o Projeto de Curso (PPC).

Não deixe de interagir, compartilhar material, e levar suas dúvidas ao nosso perfil do Instagram. Inscreva-se no canal do YouTube para ajudar a levar mais repertório a mais docentes.

Quem compartilha conhecimentos, multiplica boas experiências de aprendizagem, e contribui para um mundo que precisa aprender com mais propósitos!

 

 

 

A Jornada do Herói como estratégia de Storytelling: CENÁRIO & PERSONAGENS

Se você está acompanhando os posts anteriores sobre Storytelling e a estratégia da Jornada do Herói,  (já fez seu download do material em PDF?) sabe do que estamos falando. Estamos falando de uma estratégia planejada para oferecer:

  1. Força motivacional, para engajamento estudantil na aprendizagem;
  2. Contextos impactantes, para dar significado à aprendizagem em curso;
  3. Soluções com desafios únicos, para agregar valor à práxis profissional em formação;
  4. Criatividade e inovação, para apropriar o estudante do novo mundo do trabalho, abrindo espaço para a personalização da carreira que ele pode construir.

Para que essa estratégia seja implementada com sucesso, é necessário entender como planejar os 7 passos de acordo com o que você deseja atingir, com seu planejamento da disciplina/unidade curricular.

Onde eu planejo uma Jornada do Herói, no meu Plano de Ensino?

O Storytelling pode ser planejado de 4 formas:

  • para apresentação da finalidade da disciplina, dentro do contexto curricular;
  • para convergir as 3 competências de aprendizagem (conhecimentos, habilidades e atitudes) envolvidas na formação, dentro de uma mesma disciplina;
  • para convergir as 3 competências de aprendizagem (conhecimentos, habilidades e atitudes) envolvidas na formação, transversalizando diferentes disciplinas;
  • para estimular o engajamento estudantil, por meio da empatia e personalização de ações, dentro de um módulo temático, que é uma parte do conteúdo de uma disciplina, dentro do contexto curricular.
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Cada uma dessas formas de planejamento possui peculiaridades e rastreio documental, por exemplo, que é essencial para apresentação nas visitas de Comissões de Especialistas do Inep/MEC, nos momentos de Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de Cursos Superiores. Ou seja: quando você conhece bem uma estratégia, ela pode ser bem mais que um recurso didático, em sala de aula.

Ela pode ser (e é) uma alavanca importante como recurso na Gestão da Aprendizagem, capaz de impulsionar para cima conceitos envolvidos no Instrumento de Avaliação de Cursos Superiores (Inep/MEC, 2017), na sua Dimensão 1, principalmente, mas com reverberação para a Dimensão 2, indiretamente.

Nessa série sobre Storytelling e a Jornada do Herói vou me ater à última forma de planejamento citada, ou seja, para estimular o engajamento estudantil, por meio da empatia e personalização de ações, dentro de um módulo temático, que é uma parte do conteúdo de uma disciplina, dentro do contexto curricular.

Por onde começar esse planejamento?

A forma mais simples de planejar uma estratégia de engajamento por Storytelling é escolher o FOCO da aprendizagem principal da sua disciplina. Para saber qual é o seu foco você precisa de 2 informações:

  • Perfis profissionais envolvidos na oferta dessa disciplina
  • Competências de aprendizagem formadas pela disciplina

Essas duas informações, via de regra, devem estar claras no Plano de Ensino e/ou no Projeto Pedagógico de Curso, caso ele esteja atualizado. O Ecossistema Educacional do Curso é tão mais eficaz em seus resultados, formando egressos qualificados, quanto mais verdadeiras forem as relações entre as disciplinas e os perfis de egressos, e quanto mais diretas forem as relações entre a forma de oferta (entre aulas teóricas, práticas, atividades, visitas, treinamentos, produção, etc) e as competências formadas.

Para quem já decidiu entrar de “capa e coração” nesse mundo de superpoderes docentes e compor os heróis da aprendizagem, tem uma Oficina 100% Online sobre competências de aprendizagem no Plano de Ensino, que vai preparar você para essa jornada. Muito material, vídeos, downloads e passos para elaborar Planos de Ensino Inovadores. Aproveite o momento e inscreva-se agora!

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Muito bem, o FOCO da disciplina será o REPERTÓRIO DO HERÓI, ou seja, uma parte importante do personagem principal, que deve se identificar com o estudante. A esse momento da formação, o Herói já deve ter se apropriado de alguns repertórios: explore-os de forma clara e completa para criar um desafio capaz de ser solucionado SOMENTE a partir desse repertório. Essa é a chave!

Destaque: não torne o desafio complexo, a ponto de não ser possível a solução APENAS com o repertório que o estudante apresenta, até esse momento da formação. O estudante deve sentir-se estimulado pelo que já aprendeu, e não, desanimado com o que o professor já domina, e ele não sabe.  Na primeira afirmação você o torna centro do processo, na segunda, você é o centro do processo; portanto, o começo do planejamento para uma Jornada do Herói é TORNÁ-LO herói.

Segurança e confiança são os primeiros elementos essenciais para conquistar engajamento estudantil, em qualquer estratégia. Sem isso, eles se sentirão perdidos, insuficientes e, portanto, assumirão atitudes de rejeição todo o restante do processo. Aí sua estratégia terá ido por água abaixo…

Um contexto, um cenário, um lugar: ofereça algo para mexer com as emoções, desde o início

As aprendizagens não se dão no vazio, nem na imparcialidade: elas precisam estar ancoradas em SIGNIFICADOS e precisam mexer com as emoções. Isso é princípio essencial das neurociências. Portanto, a escolha do ponto de partida da narrativa do conflito, que será trabalhado pela Jornada do Herói, é um passo fundamental.

Para escolher o cenário, esqueça o que você conhece, professor, e pense no que o ESTUDANTE CONHECE, domina, interage ou almeja intervir, naquele momento. Seja como estudante, seja como cidadão, seja como usuário de algum produto, processo ou serviço, o estudante deve sentir-se compleido a participar ativamente na narrativa que será apresentada no Storytellig.

conexoes cerebrais

Use, preferencialmente, os conceitos subsunçores existentes na turma. Para isso, na primeira aula de cada semestre, faça um exercício de diagnóstico didático, por meio de dinâmicas e interações, para identificar as expectativas da turma para a disciplina, e para estabelecer pontos balizadores da sua abordagem, nas aulas que se seguirão.

A partir desse diagnóstico, trace possíveis cenários, contextos, conflitos e personagens que permeiam o mundo do estudante e o mundo do conhecimento que você estará oferecendo, a cada aula.

E os personagens?

É chegada a hora dos personagens que comporão o contexto, atuarão no cenário, e que devem possuir uma expectativa de ação, interação e reação com o Herói, no caso, o estudante em ação, como um profissional em exercício.

super

Não economize na narrativa: você pode apresentar personagens que tragam uma criptonita, que é um elemento que acaba com a “força de solução” do Herói, e que deve ser evitada a todo custo. Ou a descoberta de um anel, cinturão ou poder secreto, que são recursos próprios da profissão, que elevam a capacidade de solução do conflito, pelo Herói bem preparado.

Você pode, ainda, abrir espaço para que eles colaborem na construção dos personagens, usando os conceitos subsunçores, personalizando cada Storytelling por turma, por exemplo. As opções são muitas e quase infinitas!

A construção dos personagens é uma relação direta do FOCO DA DISCIPLINA. Portanto:

  • se sua disciplina forma para conceituação teórica e fundamentos da profissão, que serão aplicados posteriormente, em disciplinas profissionalizantes, os melhores personagens serão aqueles que incitam discussões conflitantes e com necessidade de argumentação, ou seja, o foco é no SABER-SER (ou atitudes), alinhado com o SABER (conhecimentos) subsunçor até esse momento. Trabalhar as soft skills, ou competências socioemocionais, é uma chave para o sucesso desse planejamento de Storytelling.
  • já se a sua disciplina forma para habilidades técnicas específicas, aplicadas a partir de indicações e contra-indicações profissionais precisas, os melhores personagens serão aqueles que transgridem essas recomendações (pode ser mocinho desavisado ou vilão malvado, por exemplo). A narrativa do conflito trará à baila a lógica do raciocínio ação-reação ou causa-efeito. É o SABER-FAZER (habilidades) entrando em ação com os SABERES (conhecimentos) subsunçores, e aqueles que estão sendo adquiridos a cada etapa da aprendizagem, na disciplina, aprimorando o SABER-SER (ou atitudes) e as soft skills.
super heroi

No próximo texto, nossa análise da Jornada do Herói vai mostrar como apresentar uma narrativa de conflito/problema, onde o repertório do Herói seja imperscindível para uma solução, mas que passe – antes – por (algumas) dificuldades e por (certos) elementos que aumentarão a pressão sobre a tomada de decisão do Herói. Não perca!

O mito do Vale não é um mito: é uma atitude e uma ciência

Quero falar um pouco sobre um Storytelling que gerou praticamente todo o movimento mãos-na-massa que conhecemos hoje. Quero digerir esse merchand do Vale do Silício… Já ouviu falar?

Não, não é o Vale do Silicone, paraíso da cirurgia plástica estética. Mas é mais ou menos assim que as histórias sobre esse recanto mítico da disrupção tecnológica se espalham por aí: distorcidas, segundo o interesse de quem conta.

Eu gosto de histórias de superação de adversidade, no mundo do empreendedorismo. Gosto da força e da resiliência dos que acreditaram e acreditam nas suas próprias ideias. Mas gosto mais ainda de compreender, de fato, quais são os elementos efetivamente envolvidos nessas trajetórias de sucesso.

Isso é ciência, com pitadas de energia e alguma dose de futurismo reverso. Universos diferentes que podem e devem coexistir para romper paradigmas, e encontrar novos mapas para novos mundos.

São esses conceitos que levo para a sala de aula, todos os dias, para que meus estudantes tenham maiores chances de sucesso em suas carreiras profissionais: conheça a verdade do método, crie seu próprio caminho, acredite no que pode fazer, faça diferente para fazer a diferença.

Dessa vez, quero juntar no mesmo texto duas coisas de que gosto muito: ciência e Storytelling. Embora pareçam impossíveis de coexistir juntas, essas duas palavras resumem bem algumas verdades atuais que desmistificam, sem contudo, tirar o mérito, do mito do sucesso das empresas de garagem do Vale do Silício, ou das multimilionárias empresas de garagem e o sonho da fama digital instantânea (leia o texto completo – e excelente – de Tom C. Avendaño).

As histórias que giram em torno do mito da garagem rendem muito para aqueles que formataram Storytelling de forma a entregar, aos que acreditam (ou querem acreditar), fórmulas mágicas de sucesso, subvertendo as bases do conhecimento significado e aplicado verdadeiramente envolvido nesse processo.

Quais as lições que se tiram do sucesso do Vale do Silício para aplicar na sala de aula do ensino superior, e nos laboratórios de pesquisas em inovação?

redundancias

Estamos nas salas de aula do ensino superior e essa nova geração sonha em fazer história a partir de elementos de um bom Storytelling: uma garagem, muitas ideias e uma oportunidade única no mundo da tecnologia digital.

Por outro lado, os professores no Ensino Superior apenas consideram o cumprimento de ementas e de conteúdos, concebidos e regulados desde o tempo onde diplomar-no-conteúdo-mínimo gerou uma legislação mínima obrigatória, em detrimento do desenvolver-competências-profissionais.

Professores ainda acreditam que a melhor forma de oferecer ensino é reproduzir os modelos pelos quais foram formados, e que dominam bem, e se esquecem que o ponto central é a aprendizagem, não o ensino. Embora muitos docentes já duvidem desse sofisma, apenas alguns partiram em busca de repertórios para transformar sua prática docente.

Cada um, nesse cenário chamado sala de aula, espera por algo diferente daquilo que o outro tem para oferecer. Nascem os conflitos, morrem os sonhos. Mas será que tem que ser assim?

Nesses anos que se sucederam, desde 2010, vivemos momentos de importantes redescobertas dos nossos próprios papéis e responsabilidades perante o que se deveria se chamar APRENDIZAGEM, mas que se convencionou tratar como ENSINO. A diferença entre essas duas designações do processo educacional é o ponto de inflexão que separa modelos e formatos, e se encontra no objeto da aprendizagem e na ação de aprender.

O que se presencia hoje, quando se usa a expressão “modelo superado” é a referência a um cenário de desnutrição avançada do sistema de ENSINO, onde as células chamadas salas-de-aula possuem poder de atividade metabólica cada vez menor na produção de elementos básicos: cada vez menos se aprende dentro delas, e cada vez mais se afirma precisar delas, para aprender.

Como solucionar esse paradoxo?! Maturana e Varela trazem a resposta ao propor a autopoiese como o ponto de equilíbrio de sistemas abertos e autossustentáveis: faça da sala de aula um sistema aberto e autossustentável que ela voltará a ocupar um papel central no processo educacional. Ponto.

“Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto=próprio, poiesis=criação) é um termo criado na década de 1970 pelos biólogos e filósofos chilenos FRANCISCO VARELA e HUMBERTO MATURANA para designar a capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios. Segundo esta teoria, um ser vivo é um sistema autopoiético, caracterizado como uma rede fechada de produções moleculares (processos) em que as moléculas produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu. A conservação da autopoiese e da adaptação de um ser vivo ao seu meio são condições sistêmicas para a vida. Portanto, um sistema vivo, como sistema autônomo está constantemente se autoproduzindo, autorregulando, e sempre mantendo interações com o meio, onde este apenas desencadeia no ser vivo mudanças determinadas em sua própria estrutura, e não por um agente externo”.

Para revitalizar o sistema educacional é preciso trazer novos elementos para esse enredo. Elementos que se tornaram parte da “vida lá fora” mas que ainda se ausentam da “vida aqui dentro” da faculdade/universidade.

aprendizagem-1Parte da solução é acabar com o “lá fora”, porque tudo é um só mundo, e é nele e para ele que se aprende. Parte da solução é que o “aqui dentro” seja uma extensão significada do mundo e que lugar de aprender seja todo lugar. Não somente na sala de aula.

Mudando a premissa, mudam-se os paradigmas. Isso é ciência aplicada. Então, vamos aplicá-la derrubando as paredes da sala de aula que dividem os mundos “lá fora” e “aqui dentro”!

É possível fazer diferente do que fazemos e conciliar as expectativas de todos os envolvidos no cenário da Educação Superior?

Sim é possível. Mais do que isso: é IMPRESCINDÍVEL (maiúsculamente!)

Na minha opinião, há 3 pilares que podem sustentar os caminhos institucionais de AUTOSSUSTENTABILIDADE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: (1) a tríade da construção do sucesso sem-uma-garagem; (2) a diferença entre processos solitários e solidários; (3) a garagem existe.

Entenda como isso é possível, entendendo os 3 pilares que seguem.

1- CONHECIMENTO SIGNIFICADO, EXCELENTE PLANEJAMENTO, DEDICAÇÃO OBSTINADA E NETWORK RELEVANTE: A TRÍADE DA CONSTRUÇÃO DO SUCESSO SEM-UMA-GARAGEM.

A busca pelo sonho é genuína. Acreditar no próprio valor e defender a realização das ideias é empreender, na mais genuína expressão da palavra. Mas nem tudo é para todos, no sentido de que um caminho que foi trilhado por “A” levará sempre ao mesmo lugar, se trilhado pelo restante das letras do alfabeto. Mapas são guias, não são destinos.

O sentido do “nem tudo é para todos” vem do princípio que tudo pode ser construído, mas não é possível construir tudo. O planejamento é a chave do sucesso: qual o seu modelo de negócio? É aqui que o conhecimento, em seu estado atual, começa a fazer sentido, ou ganhar significado.

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O conhecimento significado é capaz de PROMOVER ENGAJAMENTO E CONSTRUIR UMA APRENDIZAGEM BASEADA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS. A solução de problemas, por sua vez, demanda planejamento e, QUANTO MELHOR FOR O PLANEJAMENTO, maiores as chances de sucesso para a solução proposta.

Para um planejamento excelente é necessário conectar as pontas certas dessa trama de repertórios, oportunidades, tecnologias e soluções. O tempo e dedicação investidos no planejamento potencializam os recursos e esforços nas soluções encontradas. É aqui que a prática de networking catalisa o processo: conhecer pessoas certas nos lugares essenciais para tornar as soluções do planejmento

Esse tipo de aprendizagem, com significado, é a única capaz de empoderar o estudante com competências que o habilitam expandir a aprendizagem na aplicação do conhecimento na geração de novas soluções para outros problemas.

2- PROJETOS DISRUPTIVOS NÃO SÃO SOLITÁRIOS, SÃO SOLIDÁRIOS.

professor no sistema-3Gosto dessa expressão e a utilizo sempre que posso. Uma letra e toda a diferença do mundo! Os produtos disruptivos que conhecemos (e usamos muitos deles hoje) nasceram de colaborações transversais, complementares e sustentáveis.

Para você entender a diferença, dois engenheiros sempre produzirão excelentes projetos para aprimorar um processo já existente, seja uma construção ou uma forma de calcular os elementos envolvidos em construções. O nome disso é INOVAÇÃO INCREMENTAL, e muitos de nós fazemos isso todos os dias.

Professores em suas salas de aula incrementam seus processos didáticos usando vídeos, power-point, prezis, áudios, podcasts modelos, práticas. Mas continua sendo “aula”  e “ensino”, no sentido stricto das palavras, ou seja, tais inovações melhoram a mesma experiência. Mais do mesmo.

Para interagir em profundidade e transformar realidades é preciso interação com outras áreas, outros conhecimentos, outros olhares. É preciso desconstruir ideias, ambientes e conceitos muito bem estabelecidos, junto com profissionais e expertos de outras áreas do conhecimento.

É necessário que vários olhares genuinamente empáticos sejam dirigidos sobre processos, produtos e serviços para desenhar novas soluções, verdadeiramente inovadoras, e que atendam a velhos problemas sob novos paradigmas. Isso é INOVAÇÃO DISRUPTIVA e, essa sim, conduz a processos, produtos e serviços completamente novos, inovadores e empáticos. Não é mais do mesmo: é o NOVO!

desafio-2Esse conjunto lhes garante escalabilidade, interesse, engajamento de novos comportamentos e, finalmente, a adoção de novos hábitos girando em torno da disrupção.

A disrupção faz com que o velho modelo sala de aula seja abandonado, ou restrito a situações específicas e pontuais, dentro de uma nova realidade, quase sempre tecnologia-mediada.

Mas, se alguém quiser trabalhar por inovações disruptivas na Educação, ou em qualquer outra área, é preciso saber duas coisas: não se consegue escalabilidade se a disrupção não emergir da empatia, e não se consegue ser empático sem aplicação significada do conhecimento.

3- O MITO DA GARAGEM COMO REFERÊNCIA PARA O SUCESSO: MODELOS COLABORATIVOS SÃO “A GARAGEM”

Voltando ao mito da garagem, que ressoa tão claro para as novas gerações, e tão negativo para os professores, temos:

“Tanto Hewlett Packard como Apple, Google, YouTube e Facebook se gabam de terem sido criadas do nada. Na realidade, beberam da experiência prévia e dos contatos de seus chefes (…) A garagem não é só um enclave geográfico. É um estado mental. É a rejeição do ‘statu quo’. É afirmar: não preciso de dezenas de engenheiros com mestrado para fazer frente à concorrência. A garagem é um símbolo. Um aviso do gênero ao qual pertence a origem de cada empresa. É o sonho americano. E também é mentira” (Guy Kawasaki, ex-funcionário da Apple e autor de vários livros sobre empreendedorismo no Vale do Silício – leia o texto completo aqui).

Poucos mitos da garagem resistem a uma boa investigação. Mas esse não deve ser o ponto. Mesmo que o escrutínio da Storytelling contada conduza ao fato de que a garagem tenha sido elemento catalisador de sonhos para atingir uma identidade de massa e vender “alguma coisa”, de produtos aos mapas de como fazer “sua própria garagem acontecer”, é preciso dar valor aos alicerces que realmente conduziram ao sucesso. E atuar de forma positiva e protagonista sobre eles.

Quem eram, afinal, os empreendedores de garagem do Vale do Silício?

think outside the box3Leituras sobre a biografia de cada um deles vai levar à conclusão de que se tratava de GENTE BEM CONECTADA, com NETWORK de qualidade, EXPERIÊNCIA em outras empresas, ALTA CAPACIDADE DE PLANEJAMENTO e de organização, CRIATIVIDADE E LÓGICA em ponto de equilíbrio para desenvolver conceitos e modelos disruptivos, DETERMINAÇÃO E FOCO NO OBJETIVO, METAS CLARAS e uma boa dose de OUSADIA E AUTOCONFIANÇA. Os mesmos ingredientes que os gurus de palco apostaram para fazer seus nomes nas ondas de seguidores digitais, e vender seus produtos.

Mas, por outro lado, esses deveriam ser também os paradigmas de todos os envolvidos no processo educacional! Então, ao invés de criticar empreendedores de palco que fizeram fama junto das massas desiludidas com a escola que oferecemos, e que usam o lema “o que se precisa no mundo do trabalho e na vida não se aprende na escola”, passemos a desenvolver na escola aquilo que se exige no mundo do trabalho e na vida. Parece meio lógico para mim… E para você?

A partir dessas histórias míticas, surgiram muitos pacotes, métodos e gurus, para se vender um sem-fim de crenças sobre como trazer o Vale do Silício para sua vida e sua realidade. Essa não é uma tarefa impossível, mas vivemos num contexto totalmente diferente, e fazemos parte de uma sociedade que tem Mindset, valores culturais e educacionais diferentes daqueles da Vale, onde tais pacotes e métodos foram aprendidos e concebidos.

Não obstante o mito e as lendas distorcidas, como educadora, acredito na densidade que paira sobre espaços educacionais – de qualquer natureza – como catalisadores de pessoas com Mindset semelhantes. A história e a prática mostram que, quando essas pessoas estão juntas, num mesmo espaço, elas aumentam a densidade local de Mindset inovadores, e são capazes de dar início a processos colaborativos capazes de deflagrar soluções criativas para chegar de forma mais rápida e criativa aos seus propósitos.

Mas a razão básica não é o local, de per se. Se analisarmos os contextos, veremos que juntas, essas pessoas desenvolveram condições para um ecossistema favorável aos processos colaborativos. Como isso acontece em escala exponencial no Vale do Silício, muito mais do que em qualquer outro lugar no mundo, as histórias do Vale não são mitos. Mitos são as histórias que se contam sobre as histórias do Vale.

 

3 coisas (novas) para a (velha) sala de aula: expansão dos espaços de aprendizagem

Nada nos é mais conhecido que uma sala de aula porque, para cada um de nós, ela é/foi cenário de boa parte da vida, da infância à fase adulta.

Foi nesse cenário que você descobriu novas emoções, relações, ações, interações e reações. A sala de aula possui, no nosso imaginário, um formato padrão: mesa do professor, tela/quadro, lugares para se sentar, quatro paredes, algumas janelas, um teto e, pelo menos, uma porta.

Essa representação mental de uma sala de aula padrão confere segurança ao lado lógico do cérebro: do que acontece lá dentro você conhece as regras, os padrões de comportamento e as possibilidades de resultados. Talvez essa seja a razão pela qual todos os que seguiram para a carreira docente, pelas últimas quatro décadas, tenham reproduzido esse modelo com pequenas variações de disposição dos elementos e de comportamentos entre os atores desse cenário.

Porque e como fazer mudanças na sala de aula

Século XXI, era pós-digital, desenvolvimento exponencial de tecnologias, processos, produtos e serviços. Está na hora de fazer um upgrade também naquela sala de aula das suas lembranças e conciliar a transição entre os velhos modelos de aula para as novas estratégias de aprendizagem.

Uma transição que parte do planejamento e não exige investimentos, apenas criatividade em usar o que está às mãos, em sua instituição e com seus estudantes.

Passo 1: Economia e neurociências da ATENÇÃO

1.1. PROBLEMA: Atenção é um bem precioso, nos dias de hoje. Como lidar, na sala de aula, com gerações que acessam digitalmente cada vez mais conteúdo, e tem cada vez menos tempo de atenção?

200HControvérsias à parte sobre o tempo de atenção que a nova geração é capaz de manter, há um consenso no conceito de que a capacidade de cativar a atenção está em oferecer estímulos de engajamento, e não, de obrigatoriedade.

Estudar a atenção, em crianças e adultos, é um desafio que vem sendo superado pela tecnologia e pelo interesse comercial que o assunto desperta. Grandes empresas (Microsoft, Mashable) encomendam pesquisas mais ágeis, instituições de ensino superior e pesquisadores buscam as relações entre causas e consequências entre tecnologia versus atenção.

O assunto é tão urgente quanto polêmico.

Compreender e assumir os novos preceitos das neurociências do foco e da atenção, influenciadas pelos hábitos da era pós-digital, implica em ter que reformular todo o sistema de distribuição de tempo na Educação. É uma zona de conforto muito ampla que acolhe muita gente e que – exatamente por isso – encontra enorme resistência.

Mas o problema de base é claro: estudos apontaram que a média de tempo de atenção livre corresponde a cerca de 3 a 8 minutos, e de atenção para aprendizagem, de 8 a 20 minutos. No máximo.

O que fazer, então, com o planejamento da aula?

1.2. REFLEXÃO: O primeiro ponto é expandir sua própria mente, professor. Saia da caixa (da sua caixa) e aprenda mais sobre as transversalidades que podem contribuir para a melhoria de suas práticas em sala de aula (presencial ou remota). A primeira delas é a ATENÇÃO, que já introduzimos acima.

Mas fora das neurociências também há inúmeros e novos conceitos que podem auxiliá-lo na tarefa de conseguir manter a atenção dos seus estudantes em sala de aula. Veja a seguir a ECONOMIA DA ATENÇÃO:

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Trecho destacado do livro O guia completo do Storytelling, de Fernando Palacios & Martha Terenzzo, Editora Alta Books, Rio de Janeiro/RJ (2016).

“O conceito de Economia da Atenção, por exemplo, modifica um paradigma essencial da atuação docente, qual seja, passar do dar aulas para o desenhar trilhas de aprendizagens. Em termos de economia da atenção, mais-é-menos.

Em outras palavras, se um professor deseja – de verdade – ganhar a atenção do estudante e, assim, despertá-lo para seu papel protagonista no processo de aprender, ele precisa não preencher horas e horas de aulas com assuntos prontos, mas com pontos de contato (ou touch-points) capazes de instigar o desejo do estudante em engajar-se no assunto e explorá-lo de forma significada.” (Leia o texto na íntegra e o estudo de caso sobre Economia da Atenção aqui)

1.3. SOLUÇÕES: se o seu problema em aulas é a dispersão da atenção dos estudantes, considere o planejamento de experiências de aprender sob três perspectivas integradas:

1.3.a. Um touch-point de impacto, nos primeiros oito minutos de aula é capaz de engajar a atenção por mais de vinte minutos seguintes e consecutivos. Touch-point é um dos temas tratados no curso de Neurodidática porque é uma ferramenta, dentro da engenharia neurodidática de construção de trilhas sincronizadas com os neuroprocessos de atenção ativa, integração de subsunçores e captura neural (esse curso online está disponível aqui).

Para criar bons touch-points use recursos que falem a mesma linguagem dos seus estudantes (e não a sua!). Eu, por exemplo, uso diálogos e trechos de textos de livros, reportagens, trechos de vídeos extraídos de filmes e minisséries do momento. Os primeiros 8 minutos são decisivos! Um bom touch-point é o segredo de 80% da capacidade de engajamento de uma turma, na aprendizagem ativa!

Veja o esquema de planejamento de experiências de aprender usando a Pirâmide de Bloom como referencial para os VERBOS DE AÇÃO que orientam para o design de trilhas e avaliação da aprendizagem:

PRINT FG trilhas

Se as competências a serem trabalhadas na aula (definidas no planejamento) envolverem degraus da Pirâmide de Bloom relacionados às Dimensões Conceitual (2) e Metacognitiva (4), por exemplo, valem trechos de séries, filmes, livros, casos, investigações, problemas. Tudo o que faça refletir sobre conceitos, teorias, ética e comportamentos perante dilemas e problemas relacionados à prática profissional do egresso, em sua área de atuação no mercado de trabalho.

Se, por outro lado, o domínio de predomínio for a Dimensão Procedimental (habilidades técnicas e profissionais) recomendo o uso de estratégias de TED talks, gamificação, simulações, teatralização, produção de material em multimídia (usando apps e grupos, por exemplo). Esses são touch-points simples, mas altamente engajadores.

1.3.b. Use o Princípio de Pareto e encontre seus 80/20 de conteúdos. É preciso definir, no conteúdo da sua disciplina, os temas de alta e de baixa densidade de informação/aprendizagem. Veja o vídeo que resume como fazer essa distribuição:

Definir o que é a RAIZ das soluções de aprendizagem, e o que GRAVITA em torno dessa raiz é a primeira parte de planejamentos centrados na aprendizagem do estudante, com foco na capacidade de atenção produtiva e espontânea.

1.3.c. Organize blocos de até 20 minutos, no estilo começo-meio-fim, para os temas de alta densidade de informação/aprendizagem, intercalados de 3 a 5 minutos de dispersão ativa (em outro texto podemos discutir essa estratégia). Com isso, cada bloco de alta densidade de informação/aprendizagem terá marcas claras (na sua fala, no material de exposição, nas interações com os estudantes) sobre onde começou, qual a sua finalidade e onde finalizou para que comece outro bloco.

Você pode adotar estratégias conhecidas no meio empresarial, como o Método Pomodoro, por exemplo, que trabalha núcleos de foco total por 17 minutos. O importante é alternar as vias neurais frontais da atenção, permitindo que a oscilação de sinais mantenha a performance desejada para a aprendizagem máxima.

Passo 2: O mundo é a sala e a sala deve estar no mundo

2.1. PROBLEMA: aqui, CON-TE-Ú-DO é seu problema se o seu foco é “apresentar conteúdos”. Não há a menor possibilidade de você, professor, reunir mais conteúdo em sua aula do que um estudante seja capaz de encontrar sozinho, na palma da mão e a um clique de distância. Até porque conteúdo não é conhecimento!

Então, qual é a função didática de um professor nesse mundo pós-digital?

2.2. REFLEXÃO: Curadoria Educacional e Profissional, essa é a sua grande atuação!

O conteúdo pode estar a um clique de distância, mas o estudante quer (e precisa) da sua experiência em transformar o conteúdo em conhecimento, em selecionar fontes confiáveis, em orientar sobre as transversalidades envolvidas nesse conteúdo e em sua aplicação profissional. E essa experiência é o motivo central de ele estar na sua aula.

Se a sua aula se torna um repetir-de-conteúdo, ela se torna obsoleta, enfadonha e desinteressante. Aí, voltamos à Economia e as Neurociências da Atenção: mais-é-menos.

Menos foco e milhares de conteúdos e mais storytelling com Lei de Pareto: bons cenários profissionais, situações que exigem tomadas de decisão a partir do foco adotado e do conteúdo que está sendo aprendido, conflitos entre decisões e situações sócioculturais.

Traga a vida para dentro da sua disciplina e dê alma ao conteúdo: só assim ele se transforma em conhecimento.

2.3. SOLUÇÕES: conectar a sala com o mundo significa estar conectado com o aprender-a-aprender o tempo todo. As salas de aula perdem as paredes e a informação entra em grandes quantidades e você deve estimular seu estudante na busca por informações, novidades, futurismo e transversalidades relacionadas com seu conteúdo disciplinar.

Quando o estudante traz aquilo que ele encontra (e muita coisa é ruim mesmo!), esse movimento cria outro: o da apresentação de balizadores de segurança de fonte e de informação (evidências fortes e fracas), estratégias para buscas melhores, treinamento de feeds de plataformas para ter acesso a informações melhores e mais confiáveis, seleção e interatividade com o que é nuclear para a disciplina, a formação e o Curso em que está matriculado.

Com procedimentos assim, não é preciso dedicar tempo de aula para explicar regras: aprende-se fazendo. É o tal maker movement (ou movimento mãos na massa) e pode ser aplicado naqueles momentos entre blocos de atenção Pomodoro (item 1.3.c).

Com essas soluções, só o que você precisa, agora, são os recursos para EXPANDIR SUA SALA DE AULA!

Passo 3: Recursos de expansão

3.1. PROBLEMA: Quem nunca ouviu/falou “-Mas eu não tenho recursos para implantar melhorias metodológicas!”, ou ainda, “-Nenhum outro professor vai mudar de metodologias didáticas, então não dá pra fazer nada sozinho…”. Dá sim. Acredite em mim porque faço isso há quase 25 anos!

3.2. REFLEXÃO: O problema não é precisar que outros façam TAMBÉM, mas é inspirar os estudantes a serem diferentes, melhores, mais engajados e, eles mesmos (os estudantes) estimularão os outros professores a mudarem. Ou ao menos, discutirem o porquê dos estudantes estarem mudando.

Nesse caso, uma andorinha faz verão, sim. Seja essa andorinha! Há um sem número de possibilidades de expandir a sala de aula e manter conectividade ativa de aprendizagem com a maior parte dos estudantes. Mas isso requer que você saia da sua zona de conforto e “tecnologize-se”…

3.3. SOLUÇÕES: Aprendi a usar diferentes ferramentas, estratégias e recursos para estimular os diferentes tipos de atenção dos estudantes e, com isso, ativar o interesse pelo que trago em cada aula. Nunca é a mesma coisa e depende da turma, seus interesses e expectativas, e do que tenho à mão, em cada semestre. Olha só alguns exemplos:

3.3.a. QR-Codes espalhados pelos locais de acesso às aulas despertam a curiosidade (de todos, não só dos seus estudantes!). Eu espalho QR-Codes na primeira semana de cada mês pelos acessos e, cada QR-Code leva a um texto ou vídeo que transmite uma mensagem, complementa ou desperta uma ideia ou opinião, apresenta uma inovação ou uma nova forma de fazer velhas coisas. Ao longo do mês eles vão me trazendo as dúvidas, eu vou conectando-as com meus assuntos, e vamos tecendo uma teia de aprendizagem fora da sala de aula. Ah! Nesse modelo, eu acabo recebendo alguns estudantes ouvintes para algumas aulas, porque eles também acessaram os QR-Codes e se interessaram pela forma de trabalharmos o conhecimento.

3.3.b. Grupos Didáticos Digitais/GDD são uma estratégia de baixo custo e alta aderência. Todo semestre eu reúno meus estudantes de todas as disciplinas num mesmo grupo FECHADO, hospedado no Facebook (a maior parte dos planos pré-pagos de telefonia celular não consome dados do pacote para acessar o Facebook, ao contrário de qualquer outra plataforma, na falta de wi-fi institucional).

Com isso, mesmo fora dos hotspots da universidade, os estudantes podem compartilhar eventos, notícias, artigos, postar tarefas digitais, fazer enquetes, votar em melhores informações compartilhadas, notificar oportunidades de estágios, bolsas, concursos… As regras de uso do grupo são claras e estabelecidas no início do semestre.

Confesso que nunca tive o menor problema com isso, ao contrário: reunir no mesmo grupo turmas de semestres diferentes ajuda na socialização, na interação, nas expectativas de todos os estudantes. Os GDD são uma das minhas melhores experiências de expansão de sala de aula, desde 2016!

3.3.c. Canais de Teleaprendizagem no YouTube facilitam a adoção de estratégias de sala de aula invertida, parcial ou totalmente. Desde 2016 venho aprimorando essa experiência com muito sucesso e os resultados vêm no rendimento da maior parte das turmas.

3.3.d. Simulações com tecnologias de mensuração engajam a curiosidade, primeiro, para depois engajar a atenção, e na sequência, vem o engajamento na aprendizagem. Um design de aprendizagem relativamente simples e que reverbera de modo bastante positivo na aprendizagem e no engajamento dos estudantes em participar das aulas, para além de somente assisti-las.

Agora seus espaços de aprendizagem estão prontos!

São três ações relativamente simples de serem implementadas: CAPTURA ATIVA da atenção, ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM para ampliar a velha sala de aula, e ENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS leves, ágeis e criativas no percurso de aprendizagem.

Com essas três ferramentas você já pode começar a trabalhar por melhores resultados: para você, para seus estudantes, para sua Instituição e para a formação dos profissionais do futuro.

Venha aprender como trabalhar com Planos de Ensino Inovadores. O curso de Taxonomia de Bloom em Planos de Ensino Inovadores chegou para transformar seus resultados. Conecte-se nos canais Insights Docentes no YouTube e no Instagram para receber doses diárias de sugestões, ideias, insights e novidades no mundo da educação superior do século XXI.

 

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Tem Oficina Online completa disponível para professores que desejam trabalhar sua caminhada rumo à mudança de práticas e de resultados! Olha só:

NEURODIDÁTICA E APRENDIZAGEM SIGNIFICADA: esse é o curso 1 da série Descomplicando as Competências, desenhada para oferecer suporte teórico-prático contextual na formação de professores do Ensino Superior. Entenda neurociências básicas da aprendizagem, motivação e engajamento para aplicar esses conceitos em aulas mais ativas, interessantes e com melhores resultados nos processos de avaliação, interna e externa.

COMPETÊNCIAS E PILARES EDUCACIONAIS PARA O SÉCULO 21: o curso 2 da série traz a abordagem detalhada da Formação por Competências, em um passo a passo que você pode usar imediatamente para aplicar nas suas aulas. Junto com a formação em Neurodidática, o professor possui um repertório praticamente completo sobre as inovações educacionais na forma de pensar, agir e interagir com estudantes do ensino superior.

E se você quer fazer AMBOS OS CURSOS JUNTOS, COM UM BAITA DESCONTÃO no investimento, clique aqui e tenha acesso a todo o material revisado em 2021, na plataforma educacional do Instituto Innovares.

Liderança e repertórios

lideranca peixes1- O fato: novo ano

Início de ano e de novos horizontes na regulamentação do Ensino Superior. Hora de planejar, hora de mudar, hora de liderar. Líderes: quem são?

Você se considera um líder?

 

2- Identifique-se

Aqui vai um Quizz para você responder: em qual dessas 3 situações você entende que se encontra sua liderança?

(1) Você possui um cargo de chefia, mas não lidera. Só executa funções administrativas.

(2) Você lidera (colegas, estudantes, ideias, processos, inovações) mas não possui um cargo de chefia remunerado para isso.

(3) Você é remunerado (também) pela sua competência em liderar (colegas, estudantes, ideias, processos, inovações), mas isso não representa um cargo de chefia.

“Líderes querem ficar melhores no “aqui e agora”, não serem julgados por um mapa de competências ou serem obrigados a aceitar uma teoria abstrata sobre como a liderança deve aparentar. Se você quer se tornar um ótimo líder, se torne um estudante do seu contexto – entenda o sistema social de sua empresa – e se preocupe com seus hábitos. O desenvolvimento da liderança é mais prática do que teoria.”

3- Analise onde está…

Se você está na situação (1) cuide-se, porque sua saída desse cargo não é uma questão de “SE”, mas uma questão de “QUANDO”. O mercado de trabalho não valoriza mais os “tarefeiros” você está sendo remunerado por algo que absolutamente não tem valor. Mais cedo ou mais tarde alguém vai perceber que está pagando muito por pouco retorno.

Se você está na situação (2) então você tem grande potencial, mas não acredita nele a ponto de arriscar suas chances em propor atividades e assessorias que sejam remuneradas. Arrisque-se! Faça planos! Desenvolva modelos de atuação e busque por novas oportunidades! Liderança começa em você mesmo.

Se você está na situação (3) você descobriu o melhor dos dois mundos! Liderar não representa (necessariamente) ocupar um cargo de chefia, mas propor soluções, repensar continuamente as melhorias, inovações e desempenhos, baseados no novo mundo da informação e da tecnologia. Você provavelmente é um consultor, um analista, um designer nato. Há muito campo no mercado de trabalho para pessoas como você: siga em frente!

4- Visualize como a liderança interage com q.u.a.l.q.u.e.r atividade (você não precisa ter cargo de chefia)

Líderes desenvolvem continuamente as competências de inovação, referência pessoal e transformações. Líderes inspiram, agregam, desenvolvem, compartilham e definem um novo status quo para os espaços de trabalho onde atuam.

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Nesse texto eu discuti a gestão inteligente do tempo para trabalhar a velha desculpa dos professores que “não têm tempo para fazer mudanças no que fazem”.

Se você não encontrar seu próprio tempo para fazer as mudanças que precisa fazer na forma de conduzir suas práticas docentes, o ano de 2018 vai engolir você e, muito breve, há grandes possibilidades de você ter todo o tempo do mundo para fazer o que precisa fazer, porque terá perdido seu espaço, seu emprego ou sua posição.

Tempo é uma parte da sua vida que não volta e, portanto, não tem preço. Há duas perguntas que, se respondidas com sinceridade, mostram onde está o seu problema e seu mindset.

“Nas férias, seu tempo é seu: o que você faz com ele? Nos dias letivos, seu tempo é da Instituição: o que você faz com ele? Responda a essas duas perguntas com sinceridade e você terá compreendido todo o texto. Você terá aprendido a aprender, dentro do seu próprio contexto.” (Texto original publicado em “O Futuro das Coisas”)

Quando o tempo é seu (férias) você se recusa a empregar uma parte dele em novos planos para sua vida e sua carreira? Quando o seu tempo é da Instituição (ano letivo) você usa todo o tempo para executar aulas, procedimentos, reuniões e planejar o futuro institucional?

Entendeu a lógica invertida?

Você nunca terá tempo para você mesmo se considerar que precisa estar sendo remunerado para isso. Mas nas férias você está sendo remunerado (aliás, chama-se férias remuneradas por essa razão) e não aplica esse tempo com a mesma dedicação porque pensa que o melhor é “descansar”?

O problema não está no tempo, está no mindset (ou na mentalidade, ou na forma de pensar). Você terá tempo quando der prioridade (também) a você mesmo, seu futuro, seus sonhos, sua transformação. Mentalidade industrial, vida industrial, professor industrial, estudantes em processos de massa.

Não há resultados diferentes para as mesmas atitudes e aulas. Mude! Lidere a mudança!

5- Como começar o processo de mudar para liderar?

A questão básica é parar de correr atrás (do tempo, das mudanças, das oportunidades) e passar a andar um passo à frente! Quando você desenvolve competências para estar um passo à frente da maioria, antever os cenários, preparar-se e propor preparação e soluções no seu cenário de trabalho, dentro das suas próprias atividades, você tornou-se um líder. Um líder de si mesmo.

Mas liderança é prática, é habito, é comportamento. Por isso, liderar-se é a tarefa mais difícil porque não é “oficialmente” remunerada. Por outro lado, você pagaria a alguém para liderar se esse profissional não é capaz de mostrar resultados nas suas próprias atividades?

É nesse momento que entra a construção de repertórios para desenvolver as competência de liderança. Para que as oportunidades venham até você é preciso que você se torne conhecido pelo amplo repertório que possui para interagir com pessoas e pela competência em liderar processos complexos.

Na Educação Superior esses processos complexos alinham ensino, pesquisa, extensão e gestão. Então a questão é começar e ter algum tempo para começar. Pronto… Começou o problema do docente!

O discurso mais frequente (e a desculpa mais repetida também!) é a falta de tempo e a multiplicidade de atribuições para gerar um quantum remuneratório melhor, já que é um consenso que a carreira docente é uma atividade profissional desvalorizada. Não vou entrar nesse mérito, mas vou afirmar uma coisa bem simples: tempo é você quem faz.

Escrevi um texto sobre como aproveitar o período de férias e dedicar pequenos espaços de tempo para redimensionar a carreira, fazer novos planos, aproveitar para praticar o “ócio criativo”. Você queria tempo? Taí um bom começo!

6- É preciso mudar o repertório para atingir a liderança

Se você continua com as mesmas aulas, mesmos diapositivos (mesmo que sejam digitais), mesmo discurso e mesmo perfil de condução das atividades de ensino em sala de aula, sinto informar que nesse 2018 você está com dias contados. Se tudo isso é o mesmo nos últimos 3 anos, você está ultrapassado e não percebeu.

Talvez esteja enfrentando conflitos em sala de aula, com estudantes que apresentam baixa atenção e baixo rendimento. Talvez esteja enfrentando problemas com a gestão do curso, com a instituição, com todo o sistema que exige cada vez mais e oferece cada vez menos.

É hora de enfrentar, mas não há soluções mágicas. Então o jeito é arrumar tempo e expandir repertórios para criar novas oportunidades. Desenvolver liderança de atitudes, de pensamento, de ações, de desempenho.

Liderança não acontece no vácuo; líderes estão sempre agindo dentro de um grande contexto social e organizacional. Um líder que possui as competências “certas” não tem garantia de sucesso. Eu vi dúzias de líderes que tiveram suas competências testadas ao extremo, combinadas às funções, e fracassaram – o contexto social quase sempre vence a influência psicológica quando se trata de lideranças bem sucedidas. Liderança é confusa, é relativa e acontece em milhões de interações todos os dias em torno do trabalho. A lição para os líderes? Se você quer ser um ótimo líder, a lista de itens que sua empresa usa para te desenvolver não vai ajudá-lo. Primeiro, você tem que entender o sistema social de onde está trabalhando.

7- Vamos resumir essa ópera?

Vou deixar alguns dos insights que vão fazer parte do material de suporte para o Planner 2018 de Inovação Educacional: uma agenda multimídia desenhada especialmente para docentes que planeja, registra, interage e questiona, com espaços para gerar atitudes de mudanças de comportamentos, no dia a dia das práticas docentes.

Insights de cabeceira nesse primeiro bimestre de 2018:

  • Se você não estiver trabalhando, a sorte não existe.
  • Quando você coloca um desafio grande, você tem de encontrar alguma forma de resolver.
  • Quando você conhece uma pessoa com história incrível, você muda sua referência.
  • Coloque na cabeça que vai dar certo e ignore as possibilidades de não dar certo.
  • Não importa que não saiba tudo: durante o processo, você aprende o que precisa.
  • O foco pode mudar no decorrer da caminhada: mude sem medo.
  • Não importa o que você fez no passado, o que importa é se você está disposto a trabalhar duro e se é inteligente o suficiente.
  • Quando se dedica no que está fazendo, novas oportunidades vão surgindo.
  • Criatividade é um hábito: crie ambientes e atividades que facilitem seu processo criativo.
  • O grande risco de alguém falar que você é “Foda” é você acreditar que é.

 

deniseFeliz 2018. Feliz novas atitudes!

Ah! E se você quer se aprofundar de verdade nesse processo, venha comigo e vamos fazer isso juntos: comece agora os cursos e oficinas online que eu preparei especialmente para professores que querem mudar o curso da sua carreira.

Conhecer o sistema em que você trabalha é o primeiro passo para a formação de competências de liderança! Preparei um curso sob medida para complementar sua semana pedagógica de 2018, mostrando como fazer de um curso superior um  ECOSSISTEMA EDUCACIONAL SUSTENTÁVEL. Como fazer as ações de ensino, pesquisa, extensão e gestão conversarem com a inovação e como as metodologias ativas potencializam esse processo.

Esse é o primeiro curso do ano. Vem mais por aí: em Fevereiro o segundo curso da série!

Uma nova fase, uma nova trend: CINESIOMETRIA

Se você leu meu texto anterior, já entendeu que vem coisa boa por aí!

Não me leve a mal, não é falta de modéstia! É a certeza de quem está acostumada a ruminar muito uma ideia, ir a campo, sentir as dores dos atores de cada cenário, e voltar em busca de soluções empáticas, práticas e úteis.

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Time da Soy Experience Design Studio que oferece o curso CREATHON, uma maratona de Design Thinking e criatividade inovadora.

Nos últimos anos me especializei em Design Thinking com um time fera no assunto. Investi pesado no desenvolvimento de ferramentas diferenciadas para perícias pedagógicas em cursos de Graduação, e entrei de cabeça no mundo das inovações incrementais e disrupturas.

Em comum, essas experiências tiveram como convergência a busca por melhores resultados e, porquê não, o desenvolvimento de novas abordagens, que facilitem e melhorem os processos profissionais. Afinal, sempre houve várias formas de avaliar movimentos, em diferentes especialidades da clínica e da funcionalidade, a questão é que elas permanecem quase completamente surdo-mudas entre si.

Quantos de nós faz isso, no dia a dia? A resposta sincera é: não fomos formados assim, nem para isso. É como se cada professor que já tivemos, e que nos ensinou uma avaliação especializada (na biomecânica, na neurologia, na ortopedia, na pediatria, por exemplo) ignorasse a existência das outras formas de avaliar, a indicação de cada uma delas, e os caminhos pelos quais se deveria integrar os resultados dessas diferentes avaliações.

11059445_980540081991126_8938698962105624069_nAfinal, sempre houve várias formas de avaliar movimentos, em diferentes especialidades da clínica e da funcionalidade, a questão é que elas permanecem quase completamente surdo-mudas entre si.

Cada profissional, cansado de tentar fazer o alinhavo desse grande patchwork de modelos e métodos de avaliação acaba escolhendo uma ou duas formas de avaliar – em geral as mais faladas na sua especialidade – e aborta todas as outras.

Reconheço as razões para esse tipo de decisão: falta tempo (sempre escasso), faltam recursos (especialmente para aquelas que demandam muita tecnologia), e há uma lacuna enorme para unir os resultados de cada tipo de avaliação em uma trajetória personalizada de acompanhamento do paciente, que sinalize evoluções baseadas em evidências, de acordo com a evolução do seu quadro clínico e seu retorno à funcionalidade.

Uma necessidade fundamental desse novo século (e que poucos profissionais da saúde do movimento conhecem/incorporam) é a Classificação Internacional de Funcionalidade, a CIF como ferramenta de expressão de diagnósticos envolvendo movimentos e funcionalidade, nas diferentes condições de saúde.

Assim, além do paciente encaminhado pelo médico, passamos a ter nos consultórios e clínicas (e por decorrência, a necessidade desse tipo de abordagem na formação profissional de graduação) o cliente: aquele que busca os serviços de intervenção terapêutica sobre o movimento, não por estar doente (não vem com CID-10), mas por buscar melhor qualidade de saúde e de vida funcional.

Esse novo CLIENTE (não mais “paciente”) é o perfil mais abundante nos consultórios de Pilates, RPG, Iso-Stretching e outras formas de terapia não-convencionais, cuja procura pelo fisioterapeuta não está mais vinculada (necessariamente) aos episódios de dor e/ou de doença.

Mas, afinal, como preencher a lacuna e unir as pontas do hiato entre múltiplas formas de avaliar movimentos corporais, patológicos e funcionais?

Como ordenar as necessidades de avaliar “X” ou “Y” aspectos agora, e daqui a algum tempo, novos aspectos “W” ou “Z”, que se relacionam cinesiopatologicamente com aqueles primeiros, devido à evolução das condições funcionais?

Para alinhavar esse patchwork, nasceu a CINESIOMETRIA.

O conceito: INTEGRAR ELEMENTOS

Independente das perspectivas, necessitamos de pilares sobre os quais construir um caminho nas avaliações, caminho esse que torne o diagnóstico uma conclusão tão consistente quanto dinâmica. Dinâmica o suficiente para se conhecer o momento de reavaliar, sob novas perspectivas e modelos, novas variáveis e as melhores condições de avaliação.

Por esse conceito, cada paciente/cliente ganha, inicialmente, um mapa (ou uma trilha) de acompanhamento das avaliações, onde são agregadas as novas conclusões, e sobre o qual serão traçados os novos objetivos terapêuticos.

Cinesiometria pilares
Elementos fundantes da Cinesiometria, que orientam sobre a melhor ferramenta e a melhor forma de se analisar um movimento.

Três elementos chaves compõem a CINESIOMETRIA: os INDICADORES, que se referem às condições clínico-funcionais; os MARCADORES, que são delimitadores das estruturas e funções do corpo que se pretende medir; e os BALIZADORES, que representam o tempo e momento em que um movimento e/ou função será medida e analisada.

Não importa qual seja o(s) método(s) ou tecnologia(s) que você vai utilizar para realizar uma análise de movimentos. Tampouco importa o movimento que será medido e analisado. O fato que importa é que haja uma SISTEMATIZAÇÃO entre o quê se deseja medir (OBJETO DA MEDIDA), como se fará essa medida (METODOLOGIA DA MEDIDA), e a finalidade dos resultados (APLICABILIDADE DA MEDIDA). Esses são os principios cinesiométricos: objeto, metodologia e aplicabilidade.

A chave: SISTEMATIZAÇÃO

Sistematizar significa estabelecer sequências de procedimentos que assegurem o melhor resultado para uma determinada tarefa ou meta. Por essa razão, na área de saúde, temos os chamado “protocolos” ou “rotinas” para a execução de exames, tratamentos, intervenções e cirurgias.

Na Educação Física isso não é uma novidade. Para a área de treinamento desportivo dos movimentos, as rotinas são fato e estão consagradas, principalmente, para a preparação de atletas de alta performance.

Para o treinamento muscular e o treinamento funcional, em academias e programas personalizados, as rotinas abrangem formas e sequências de prescrição dos exercícios, tempos de execução de cada série e duração de cada sessão, e períodos para verificação de resultados e computação de metas atingidas.

No entanto, na Fisioterapia, quando se trata de cinesiopatologias (movimentos alterados patologicamente por diagnósticos clínicos estabelecidos), as rotinas existem como um fio condutor do tratamento, mas não são determinantes do processo.

biomecanica azEm que se pese a individualidade biológica na forma como uma cinesiopatologia se estabelece, ainda assim, há a necessidade de diagnósticos mais precisos, sistematização e integração nos procedimentos diagnósticos para uma melhor seleção de abordagem terapêutica, baseada em resultados.

Não obstante as muitas publicações científicas na área do tratamento e verificação dos resultados, os procedimentos diagnósticos em Fisioterapia ainda deixam a desejar, no quesito sistematização e foi para preencher essa lacuna que desenvolveu-se a Cinesiometria.

Essa sistematização é importante para esclarecer e definir quais serão os melhores modelos e métodos disponíveis para cada tarefa diagnóstica. Por isso, além de ter claro o PORQUÊ de se medir e analisar um determinado movimento (já escrevi sobre o método dos 5 Porquês e ele se aplica bem a este momento)  é preciso ter clara a utilidade desse procedimento e em quais momentos ele é capaz de oferecer resultados relevantes.

Afinal, porquê e quando analisar detalhadamente um movimento?

Em uma análise de movimentos bem conduzida, os resultados serão convertidos em evidências clínicas e terão o potencial de dar suporte a tomadas de decisão terapêuticas, agregando qualidade, valor e resolutividade ao processo de atenção à saúde do movimento.

O resultado dessa trilha de pensamento analítico é a CINESIOPATOLOGIA, que se refletirá em diagnósticos.

Simples, prático, efetivo. Uma ciência e uma arte em que a sistematização e a personalização podem caminhar lado a lado e agregar valor e empatia aos serviços prestados em saúde do movimento corporal.

Sistematizar sem perder a arte do foco no sujeito. Personalizar sem abrir mão da ciência que assegura resultados. Um balanço entre extremos opostos que se equilibram nos ser humano, como persona e figura central do processo de saúde.

 

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CINESIOMETRIA: A CIÊNCIA E A ARTE DE MEDIR E ANALISAR MOVIMENTOS CORPORAIS de Denise da Vinha Ricieri está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://denisedavinha.wordpress.com/2017/07/07/cinesiometria-a-ciencia-e-a-arte-de-medir-e-analisar-movimentos.
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